Meca – Três milhões de muçulmanos congregados em Meca começaram a chegar ontem pela manhã ao vale de Mina para a peregrinação anual aos lugares sagrados do Islã, sob um grande dispositivo de segurança. Vestidos de branco, os peregrinos faziam a pé ou de ônibus o percurso de cinco quilômetros de Meca até o leste, recriando a viagem do profeta Maomé há 1.400 anos.

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Denominada Hajj, a peregrinação é obrigatória a todos os muçulmanos que tenham saúde e condições financeiras para fazê-la. O Hajj só pode ser feito uma vez por ano, entre o oitavo e o décimo dia do Dhu al-Hijja, último mês do calendário islâmico.

O Hajj deste ano ocorre em meio a uma série de preocupações no mundo islâmico, entre elas a escalada da violência no Iraque e nos territórios palestinos, e da recente guerra na Somália. Outro problema é o aumento da tensão entre sunitas e xiitas, que nestes dias de peregrinação se juntam nos rituais da cidade sagrada de Meca, local de nascimento do profeta Maomé. "Nós não iremos permitir tensões sectárias de nenhuma das partes durante o Hajj", advertiu o príncipe Nayef bin Abdulaziz, ministro de Interior da Arábia Saudita.

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"A peregrinação não é local para se levantar bandeiras políticas ou slogans que dividem os muçulmanos, cujo Deus ordenou para que permaneçam unificados", sentenciou o Sheik Salih bin Abdulaziz, ministros de assuntos islâmicos. Para os peregrinos, o Hajj é um momento de fé, um dever para ser feito pelo menos uma vez na vida por aqueles que puderem.

Na manhã de ontem, centenas de milhares abriram a peregrinação circulando ao redor da Kaaba, pedra cúbica preta em Meca que é o principal santuário islâmico. Em todo o mundo, é para esse local que os muçulmanos se viram no momento de suas orações diárias.

As autoridades sauditas estimam que, dos 3 milhões de peregrinos esperados para este ano, mais de 1,6 milhão são estrangeiros. Mais de 30 mil policiais estão trabalhando para garantir a segurança. No ano passado, mais de 360 pessoas morreram em um tumulto – em meio ao corre-corre, muitas delas foram pisoteadas.

Em 2006, a Arábia Saudita gastou mais de US$ 1 bilhão em um projeto para renovar o local de peregrinação, com novas entradas e saídas colocadas nos muros para facilitar o fluxo de pessoas. Por medida de segurança, as autoridades proibiram que os peregrinos entrem no local com bolsas.