Os peregrinos árabes em Meca expressaram ultraje neste sábado diante da decisão das autoridades iraquianas de enforcar o ex-líder iraniano Saddam Hussein num importante feriado religioso, dizendo que isso foi um insulto aos muçulmanos.

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Os árabes sunitas no Haj, peregrinação anual a Meca e Medina, ficaram chocados com o enforcamento de Saddam por crimes contra a humanidade.

``Sua execução no dia do Eid ... é um insulto a todos os muçulmanos'', disse o peregrino jordaniano Nidal Mohammad Salah. ''O que acontece não é bom porque, como chefe de Estado, ele não deveria ser executado.''

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O Eid al-Adha, ou Festa do Sacrifício, celebra a vontade manifestada pelo patriarca Abraão de sacrificar seu filho em honra a Deus. Os países muçulmanos costumam perdoar criminosos durante a festa, e prisioneiros raramente são executados nessa época.

A morte de Saddam pode aumentar o ódio aos muçulmanos xiitas na Arábia Saudita, um bastião do Islã sunita onde o islamismo ortodoxo -- conhecido como Wahhabismo -- vê os xiitas praticamente como hereges.

Os responsáveis pela organização do Haj temem que a morte possa aumentar as tensões entre os peregrinos xiitas e sunitas.

O Eid acontece durante os 5 dias de Haj, quando mais de 2 milhões de muçulmanos do mundo todo seguem rituais antigos na cidade sagrada de Meca, na Arábia Saudita.

Muitos xiitas vêem a morte de Saddam como um presente de Deus. ``Isso é como dois Eids! Espero que Deus não tenha piedade dele'', disse o iraquiano Nadir Abdullah.

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Os peregrinos se vestem em roupas brancas simples que podem disfarçar diferenças de seita e nacionalidade. Muitos vêm de fora do Oriente Médio.

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