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Conferência

Peres e Abbas reafirmam desejo de dar uma chance à paz em Annapolis

Os presidentes israelense, Shimon Peres, e da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, disseram recentemente em Ancara que a conferência internacional da próxima terça-feira, nos Estados Unidos, sobre o conflito entre seus dois povos vai representar "uma oportunidade de paz".

A reunião de Annapolis é uma "ocasião histórica que não pode converter-se em um fracasso histórico", declarou o chefe de Estado israelense.

"Annapolis marcará um ponto a partir do qual os diferentes lados darão impulso a um quadro favorável a um acordo de paz", confiou o histórico líder israelense.

"A paz é prioridade para Israel. Insisto em que Israel está decidido a pôr fim a este conflito", continuou.

Por sua vez, o presidente da Autoridade Palestina, Mahmud Abbas, também presente na capital turca, onde pronunciou um discurso em árabe logo depois de Peres e pediu que não se deixe passar esta nova chance.

"Esta oportunidade excepcional deve ser aproveitada. Encarar irresponsavelmente este acontecimento poderia ter conseqüências perigosas", destacou Abbas, também o primeiro líder palestino a falar oficialmente diante dos parlamentares turcos.

A reunião de Annapolis está programada para 27 de novembro nas proximidades de Washington, e tem o objetivo de relançar as negociações para a criação de um Estado palestino independente, apesar de israelenses e palestinos ainda não serem capazes de se entender sobre uma plataforma comum.

A reunião de Annapolis (leste dos Estados Unidos) também pretende dar força ao processo de paz no Oriente Médio, paralisado há sete anos.

Em Washhington, a secretária de Estado americana, Condoleezza Rice, afirmou durante a semana que a retomada das negociações para a criação de um Estado palestino seria o grande sucesso da conferência de Annapolis.

"O sucesso dessa reunião, realmente, será o lançamento das negociações entre os israelenses e os palestinos para o estabelecimento de um Estado palestino", disse Rice a jornalistas.

"Duvido que, há meses, inclusive semanas, fosse possível prever que chegaríamos a este ponto", celebrou Rice.

"Como já disse o primeiro-ministro ao Knesset (Parlamento), Israel mudou sua visão tradicional. Agora, quero ser clara: as obrigações do 'Mapa do Caminho' deverão ser levadas à frente", frisou.

A secretária destacou que o documento comum que o primeiro-ministro israelense, Ehud Olmert, e o presidente palestino, Mahmud Abbas, esperam ver aprovado na reunião não será, porém, uma declaração de princípios como estava previsto.

"Houve um tempo em que se discutiu a conveniência de se colocar por escrito os acordos aos quais Olmert e Abbas fossem chegando durante seu trabalho", disse Rice, acrescentando que ambos os dirigentes decidiram que "deveriam apenas negociar, em vez de tentar chegar a um documento provisório, não tentar conseguir algum tipo de declaração de princípios suscetível de enfraquecer a posição de um negociador".

Os dirigentes árabes expressaram o desejo de que esta conferência estabeleça a lista de temas pendentes entre israelenses e palestinos: o estatuto de Jerusalém Oriental, ocupado por Israel desde 1967; as fronteiras de um futuro Estado palestino; o estatuto dos refugiados palestinos e o futuro das colônias israelenses.

Já os líderes israelenses gostariam de um documento mais vago, com apenas uma lista de pontos sobre os quais se possa basear as negociações.

A secretária de Estado reafirmou sua intenção de chegar a um acordo ainda no mandato do presidente Bush, que termina em janeiro de 2009, embora ela mesma não tenha como garantir êxito no tema.

Depois de Annapolis, ambos os lados devem criar grupos de trabalho para prosseguir as negociações, comentou Rice, que deseja obter "o máximo apoio árabe possível" para a reunião.

"Acho que é importante para dar apoio à direção palestina, mas também é importante que os israelenses saibam que, como resultado de tudo isso, o conflito terminará", afirmou Rice.

"Está muito claro para todo mundo que esta reunião é dedicada aos israelenses e aos palestinos, mas ninguém nega que um dia será preciso resolver o assunto sírio-israelense, líbano-israelense, e que, no final das contas, será necessária uma normalização das relações entre Israel e o mundo árabe", concluiu a secretária.

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