O ex-procurador Yoon Suk-yeol, de 63 anos, presidente da Coreia do Sul desde maio de 2022, surpreendeu o mundo ao declarar lei marcial no país nesta terça-feira (3), alegando que o principal partido da oposição, o Partido Democrático da Coreia (DPK, na sigla em inglês), seria “pró-Coreia do Norte” e que a medida era necessária para preservar a ordem constitucional.
Numa votação em seguida, o Parlamento da Coreia do Sul decidiu pela revogação da lei marcial, mas por ora Yoon não anunciou que voltará atrás.
Em 2022, quando ele venceu numa eleição apertada o candidato do DPK, Lee Jae-myung, para se tornar o novo presidente da Coreia do Sul (a diferença foi de menos de um ponto percentual), Yoon foi comparado ao ex-juiz e atual senador brasileiro Sergio Moro pela imprensa do Brasil.
Ele também havia conquistado notoriedade com atuação anticorrupção no Judiciário e alegou desilusão com a política ao decidir se candidatar à presidência.
Primeiro ex-procurador a se tornar presidente da Coreia do Sul, ele atuou nessa carreira durante 25 anos e levou à prisão os ex-presidentes conservadores Lee Myung-bak e Park Geun-hye, o herdeiro da Samsung (maior empresa do país) Lee Jae-yong e o ex-presidente da Suprema Corte Yang Sung-tae.
Nomeado procurador-geral em 2019 pelo então presidente, o liberal Moon Jae-in, Yoon bateu de frente com o Executivo ao processar o então ministro da Justiça, Cho Kuk, e renunciou ao cargo no início de 2021. Ainda em 2021, oficializou sua candidatura à presidência pelo conservador Partido do Poder Popular (PPP).
A crise política com a decretação da lei marcial vem num momento em que Yoon desagrada grande parte da população sul-coreana.
Segundo informações do The Wall Street Journal (WSJ), seus índices de aprovação caíram recentemente para os níveis mais baixos desde que ele assumiu o cargo, abaixo de 20%. Cerca de dois terços dos sul-coreanos duvidam da capacidade de Yoon de governar o país, mostram pesquisas recentes.
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