O caso de escutas ilegais pelos tabloides de Rupert Murdoch levou a uma discussão ampla sobre os limites da liberdade de imprensa no Reino Unido.

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Especialistas temem a imposição de restrições perigosas ao trabalho de jornalistas no país que ficou conhecido como berço da liberdade de imprensa.

Há alguns meses, o governo britânico vem tentando fechar o cerco ao jornal The Guardian, o primeiro a publicar o que vinha fazendo a Agência de Segurança Nacional norte-americana (NSA) com os dados de e-mails, telefones e redes sociais de pessoas em dezenas de países — com ajuda do Reino Unido.

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A pressão política sobre a publicação, que teve o conteúdo de seus computadores destruídos pelas autoridades, só faz aumentar. Parlamentares intensificam a cobrança de um lado, enquanto a polícia leva adiante uma investigação criminal.

Em entrevista ao Guardian na sexta-feira, o responsável por liberdade de expressão da ONU, Frank La Rue, se disse chocado com a maneira pela qual o jornal britânico vem sendo tratado.

Hoje, o Reino Unido elabora a Carta Real que cria um órgão independente com o papel de impor multas que poderão chegar a um milhão de libras (cerca de US$ 1,5 milhão) ou até 1% do faturamento das empresas, além de obrigar jornais, revistas e sites de internet com conteúdo jornalístico a publicar pedidos de desculpas com destaque nas primeiras páginas sempre que considerar apropriado.

Para os três principais partidos políticos do país, que fecharam o texto da Carta Real, a liberdade de imprensa não será comprometida pelo documento. Mas, para muitos, trata-se da classe política retirando poderes da imprensa.

Ainda não se sabem ao certo os rumos que o assunto tomará, mas a sensação é que a terra da liberdade de imprensa pode estar prestes a impor amarras ao trabalho de jornalistas no país.

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