A agora ex-diretora do concurso Miss Nicarágua, Karen Celebertti, vive dias infernais devido à perseguição do ditador Daniel Ortega.
No início desta semana, ela anunciou sua saída da diretoria da franquia, após 23 anos no cargo.
No final de novembro, a ditadura de Ortega a havia proibido de voltar à Nicarágua com sua filha, após viagem ao México, onde a nicaraguense Sheynnis Palacios Cornejo conquistou o Miss Universo 2023.
Dias depois, o marido e o filho da diretora, Martín Argüello Leiva e Bernardo Argüello Celebertti, respectivamente, foram presos, e o jornal Confidencial informou que o regime sandinista se negou a informar o paradeiro de ambos.
Entretanto, o advogado Yader Morazán informou que, por meio de um recurso que foi apresentado, foi possível saber que eles estão na conhecida prisão La Modelo.
Segundo o Confidencial, Karen Celebertti, o marido e o filho foram acusados pela polícia nicaraguense de “conspiração contra a pátria” e atos relacionados ao “financiamento do terrorismo”.
Celebertti entrou na mira de Ortega a partir de 2018, quando ocorreram grandes protestos pedindo democracia na Nicarágua. Ela foi brevemente detida em 16 de março de 2019, juntamente com dezenas de críticos e opositores à ditadura sandinista, quando exigia a libertação de presos políticos em Manágua.
Na nota publicada nas suas redes sociais na qual anunciou sua saída da direção do Miss Nicarágua, Celebertti disse que seu trabalho fez a franquia crescer “livre de raízes políticas, sem discriminação por raça, religião ou região geográfica”.
“Este ano recebemos a coroa de Miss Universo, a primeira da Nicarágua, a primeira da América Central, com muito orgulho e esforço Sheynnis obteve essa conquista para todos os nicaraguenses, sem qualquer distinção ou diferença, a alegria de um único sentimento. Uma coroa que deve ser respeitada como uma conquista de todos. Naquela noite, o nome que se ouviu no universo foi o nome da Nicarágua, e por isso é importante que destaquemos isso como uma conquista de cada nicaraguense, sem qualquer distinção política”, escreveu.