Os ex-chanceleres da Alemanha Gerhard Schroder e Helmut Schmidt fazem parte de uma lista de cinquenta personalidades do país que fizeram um manifesto, publicado nesta terça-feira no jornal "Bild", contra o movimento islamofóbico Pegida e que defende uma nação tolerante e aberta à imigração.
Ontem, cerca de 18 mil pessoas voltaram a se manifestar em Dresden em apoio ao movimento "Patriotas Europeus contra a Islamização do Ocidente" (Pegida).
Em sua 11ª edição, a manifestação em Dresden alcançou um novo recorde de participação. Apesar disso, milhares de alemães saíram às ruas em outras cidades, como Berlim, Colônia e Hamburgo, para rejeitar o movimento de cunho xenófobo.
A chanceler, Angela Merkel, fez uma chamada explícita em sua mensagem de fim de ano contra atos racistas: "não sigam quem convoca estas manifestações, já que frequentemente seus corações abrigam preconceitos e inclusive ódio".
O ex-chanceler Schroder, em depoimento publicado no "Bild", lembrou uma marcha realizada em Berlim, em 2000, contra a xenofobia, após uma série de ataques antissemitas na Alemanha.
"É bom que os partidos democráticos e as igrejas tenham rejeitado claramente o Pegida", afirmou.
Já Schmidt condenou um movimento que apela ao "ódio contra o outro e à intolerância", e afirmou que isto "não é a Alemanha", um país que tanto por sua história como por sua economia não deve rejeitar asilados e refugiados.
O manifesto contra o movimento xenófobo foi assinado também por vários membros do atual governo, como o ministro das Finanças e homem de confiança de Merkel, Wolfgang Schauble, para quem a "Alemanha necessita de imigrantes e deve ter coração para acolher os refugiados em situação de necessidade".
A ala conservadora do governo também condenou o Pegida, assim como os sociais-democratas. Além disso, representantes da oposição parlamentar, atores, atletas como o ex-atacante Oliver Bierhoff e líderes da patronal e dos sindicatos fazem parte da lista de personalidades que criticam a islamofobia e apostam por um país aberto e tolerante.
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