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Perto de Cuba, Obama vê Bolívia e Venezuela se distanciarem

Maduro: venezuelano e o boliviano Evo Morales se firmam como opositores aos EUA no continente. | Mariana Bazo / Reuters
Maduro: venezuelano e o boliviano Evo Morales se firmam como opositores aos EUA no continente. (Foto: Mariana Bazo / Reuters)

Perto de entrar para a história como o presidente americano que reatou relações diplomáticas com Cuba, Barack Obama vem enfrentando um novo “eixo de oposição” na 7ª Cúpula das Américas, que começou ontem na Cidade do Panamá. Com Cuba aberta a negociações (Obama se reúne hoje com o presidente cubano, Raúl Castro), é a vez de os presidentes da Venezuela e da Bolívia, Nicolás Maduro e Evo Morales, encarnarem o papel de opositores ao “império americano”.

Maduro disse que foi ao Panamá com “espírito de paz”, mas seu primeiro ato oficial foi uma visita ao bairro de El Chorrillo, epicentro da destruição provocada pela invasão dos EUA ao país centro-americano em 1989 para derrubar o ditador Manuel Antonio Noriega.

Quase ao mesmo tempo em que Obama visitava as instalações do Canal do Panamá, Maduro disse que reivindicará ao presidente dos EUA que peça perdão às vítimas e as indenize pela invasão, que, segundo ele, foi “um massacre”. “Os EUA têm que pedir perdão e indenizar as vítimas de uma invasão militar que foi um massacre”, disse Maduro.

Na quinta-feira, a diplomacia venezuelana tentou impor na declaração conjunta dos líderes reunidos na Cúpula uma condenação às sanções impostas pela Casa Branca a integrantes do governo Maduro. A exigência inviabilizou um documento de consenso, que será substituído por um “relatório” do presidente do país anfitrião, Ricardo Varela.

Ontem, foi a vez do presidente da Bolívia, Evo Morales, atacar. Ele endureceu o discurso ao dizer que Obama “quer derrubar Maduro por decreto”e alegou que os EUA tentam derrubar governos pela via econômica.

Morales chegou ao Panamá via Caracas e tomou para si o papel de porta-voz da paralela Cúpula dos Povos, evento paralelo realizado na capital panamenha. O líder boliviano conseguiu pelo menos um sucesso esportivo, ao marcar quatro gols em um jogo contra dirigentes sindicais locais.

Em reposta, Obama disse que os EUA não podem mais interferir livremente nos assuntos da América Latina. “Os dias em que nossa agenda neste hemisfério frequentemente presumia que os Estados Unidos poderiam se meter com impunidade, esses dias estão no passado”, disse Obama.

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