![Peru ameaça enviar membros de facção de volta ao Equador caso Noboa siga com plano de deportação de estrangeiros Veículo blindado durante uma patrulha no bairro do Comitê Popular da Zona Onze, em Quito](https://media.gazetadopovo.com.br/2024/01/12083736/111b59915e94947a73865e0a30be72982e05fc6bw-960x540.jpg)
O chefe do Instituto Penitenciário Nacional do Peru (INPE), Javier Llaque, afirmou nesta quinta-feira (11) que o país deportará prisioneiros equatorianos, incluindo membros de facção como Los Tigrones, caso Noboa siga com seu plano de deportação de estrangeiros em massa, conforme anunciado na terça-feira (9), para reduzir a superlotação carcerária em meio à onda de violência que o país enfrenta.
O responsável pelo INPE disse durante uma entrevista transmitida na emissora peruana RPP que as prisões do Peru possuem atualmente 4.500 reclusos estrangeiros, a maioria (cerca de 3.300) de nacionalidade venezuelana. “Criminosos equatorianos temos 162 em várias prisões do país, dos quais pelo menos quinze pertencem aos Tiguerones", disse.
Llaque afirmou estar preocupado com a possível deportação de outros criminosos para o país. "Tem havido preocupação porque o presidente do Equador indicou que vai devolver ou expulsar 1.500 estrangeiros, mas esse número inclui venezuelanos e colombianos. Há apenas cem peruanos nas prisões equatorianas”, acrescentou.
“Se por acordo as autoridades decidirem devolvê-los, temos 162 condenados, então será uma questão recíproca. Isso não vai criar preocupação com a superlotação das prisões, por precaução”, destacou ele.
A atual presidente do Peru, Dina Boluarte, também se pronunciou sobre o assunto, afirmando que a eventual deportação de prisioneiros peruanos deve seguir um “devido processo para que a segurança da nação não seja colocada em risco".
A proposta de Noboa também foi criticada pelo novo presidente da Assembleia Nacional de Governos Regionais do Peru (ANGR), Werner Salcedo, bem como pelos governadores Luis Neyra (Piura) e Sigismundo Cruces (Tumbes), que pediram à presidente peruana que rejeitasse a medida. “Acho que imediatamente Boluarte deveria ter contato com o presidente Noboa para que isso não aconteça, porque nos colocaria em desvantagem em relação à criminalidade. Já temos enfrentado sérios problemas com o crime organizado no Peru", disse Neyra em entrevista coletiva.
Após a decretação de estado de emergência no Equador, o Peru também enviou militares para a fronteira, onde contam com o apoio das Forças Armadas e da Polícia Nacional (PNP).
Na quarta-feira (10), o governo de Daniel Noboa propôs a países vizinhos que assumissem a custódia de cerca de 1.500 presos colombianos que permanecem nas prisões equatorianas, o que lhes permitiria reduzir a superlotação no sistema prisional.
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