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O Ministério da Saúde do Peru (Minsa) informou na segunda-feira (19) que 25 pessoas morreram nos confrontos ocorridos na última semana no país, mais de metade nas regiões sulistas de Ayacucho e Apurímac.
O último relatório oficial do Minsa, publicado no Twitter, detalhou que nove dos mortos foram noticiados em Ayacucho, seis em Apurímac, três em Cuzco, três em Junín, três em La Libertad e um em Arequipa.
Até a segunda-feira, outras 61 pessoas foram hospitalizadas como resultado dos confrontos entre manifestantes e forças de segurança, 18 delas em Ayacucho, 17 em Junín, 12 em La Libertad, 5 em Apurímac, 5 em Lima, 2 em Ucayali e outras 2 em Arequipa.
No entanto, 305 pessoas já tiveram alta do hospital, 56 delas em Apurímac, 47 em Ayacucho, 47 em Arequipa, 37 em Lima, 36 em La Libertad, 35 em Junín, 16 em Cuzco, 15 em Puno, 12 em Huancavelica e 4 em Ucayali.
A pasta afirmou ter mobilizado 59 profissionais de saúde, nove brigadistas e 16 ambulâncias e que está "constantemente acompanhando e gerenciando a informação que tem sido corroborada de forma fiável" em nível nacional.
Após mais de uma semana de protestos e mobilizações que resultaram em confrontos violentos, principalmente no sul do país, os incidentes diminuíram durante o fim de semana à medida que as forças de segurança diziam estar a recuperando o controle da situação.
A imprensa local relatou que na tarde de segunda-feira houve novos confrontos entre manifestantes e forças de segurança que buscavam desobstruir um trecho da estrada Pan-Americana na região de Arequipa, no sul do país, que se encontra bloqueada há nove dias.
Imagens divulgadas pela imprensa mostram tropas de choque e soldados armados avançando pelas ruas da cidade de Chala, na província de Caravelí, em Arequipa. Segundo números da polícia, cerca de 3.000 pessoas participavam no bloqueio de estradas.
Os protestos começaram em 7 de dezembro em várias regiões do Peru, especialmente em Lima e no sul andino, após o Congresso ter destituído o Pedro Castillo, que havia anunciado a dissolução do Parlamento e a instauração de um governo de exceção.
Os manifestantes exigiam a renúncia da nova presidente, Dina Boluarte, que era a vice e substituiu Castillo pela sucessão constitucional, e o fechamento do Congresso, além da convocação de eleições gerais e de uma Assembleia Constituinte.
Boluarte, que defende a legalidade do seu mandato, apresentou um projeto de lei para antecipar as eleições gerais do país para dezembro de 2023, uma decisão que se espera que o Congresso tome nesta semana.