• Carregando...

Lima – O governo peruano estimou ontem em quase US$ 100 milhões o custo inicial das primeiras atividades de ajuda e reconstrução das regiões devastadas pelo terremoto que atingiu a costa central do país em 15 de agosto e que deixou mais de 500 mortos. O anúncio foi feito ontem pelo ministro da Produção, Rafael Rey, durante um encontro com a imprensa. Ele também afirmou que o governo tem como objetivo transformar a cidade de Pisco, mais de 80% destruída, em um "confortável destino turístico".

"Até agora, há uma estimativa que fica nos 300 milhões de sóis (quase US$ 100 milhões). Este valor é necessário para agora atender as despesas, mas não acho que seja o custo real", disse Rey. O ministro explicou que o planejamento para a recuperação de Pisco prevê, "no menor tempo possível", construir um lugar "totalmente diferente" sobre as ruínas.

O ministro informou que o Executivo pretende nomear uma autoridade "autônoma" para dirigir a reconstrução das áreas afetadas. A autoridade, que ainda será definida, terá independência para traçar seu plano de trabalho e decidirá os prazos, mas deverá prestar especial atenção à reconstrução de Pisco.

O governo também promulgou ontem a Lei de Solidariedade, que permite às autoridades regionais e locais reprogramar orçamentos e utilizar os recursos de impostos e royalties para a reconstrução.

Pisco, situada no departamento de Ica, um dos mais dinâmicos graças às exportações agrárias, pode ter perdido 6% de seu Produto Interno Bruto (PIB), o que "corresponderia aproximadamente a uma redução de 0,3% do índice em escala nacional", afirmou Rey.

Esta retração econômica é conseqüência dos problemas na indústria têxtil e agrária, que nos últimos anos transformaram a região numa das mais ricas do país com empregos e alto consumo interno. "As maiores dificuldades são porque os funcionários das indústrias desta região não podem trabalhar porque estão cuidando das famílias", disse o ministro, ao fazer um balanço da situação.

O ministro da Produção espera que as empresas, "por solidariedade e interesses econômicos", ajudem as famílias afetadas para que os operários retornem ao trabalho. Rey também comentou a repercussão do terremoto no fluxo de investimentos internacionais, que se intensificou. "Desde o tremor, há mais interesse em investir na região, especialmente no setor petroquímico", disse.

O ministro aproveitou para anunciar que a companhia americana Terra Industries e o grupo petroquímico indiano Oswal confirmaram a intenção de se instalar em Ica, o que não se deve "a custos trabalhistas mais baratos, mas a uma forma empresarial de expressar solidariedade". O ministro se referiu a estas iniciativas empresariais como algo "nunca visto". "Houve uma manifestação muito grande de ajuda e nenhuma empresa nos negou o que pedimos estes dias. O governo atuou como gerente da ajuda que nos prestaram e a resposta obtida foi muito forte", declarou satisfeito.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]