O governo do Peru declarou estado de emergência por 60 dias em 11 distritos de Lima e um na província vizinha de Callao, em resposta a uma onda de crimes de extorsão na capital, denunciada pelos trabalhadores do setor de transportes durante uma greve nesta quinta-feira (26).
O ministro da Defesa, Walter Astudillo, anunciou que a Polícia Nacional do Peru (PNP) será responsável por manter o controle interno nessas regiões, e as Forças Armadas realizarão ações de apoio para garantir a segurança da população.
Ele explicou ainda que o governo também apresentará ao Congresso um projeto de lei que classifica o crime de assassinatos por contrato, sequestro, extorsão e posse de armas de fogo de origem ilegal como “terrorismo urbano”.
Astudillo também afirmou que as pessoas presas por esses crimes serão enviadas para a prisão de segurança máxima Challapalca I, localizada em uma zona remota dos Andes, a uma altitude de mais de 4.600 metros.
“A expansão imediata da prisão de alta segurança Challapalca I foi ordenada para a transferência dos condenados e julgados por esses crimes. Todos os detentos dos estabelecimentos penitenciários que estão ligados ao cometimento desses crimes serão imediatamente reclassificados e internados na referida prisão”, acrescentou.
O primeiro-ministro peruano, Gustavo Adrianzén, declarou que o estado de emergência está imediatamente em vigor e que o Executivo continuará a avaliar a situação para estender essa condição a outros distritos do país.
A gestão da presidente Dina Boluarte também declarou estado de emergência em alguns bairros da capital em setembro, depois que uma granada explodiu do lado de fora de uma casa noturna.
O primeiro-ministro e vários membros do gabinete de governo deram uma entrevista coletiva para anunciar as medidas após a greve realizada nesta quinta-feira por associações de motoristas de transporte público devido à onda de extorsão que afeta o setor.
As extorsões são realizadas por grupos criminosos e têm como principal alvo os trabalhadores mais vulneráveis, especialmente os pequenos empresários, motoristas do transporte público e privado e comerciantes. Dados da PUC do Peru revelam que, desde o início de 2024, 15 empresas de transporte público estão sendo ameaçadas por grupos criminosos para pagarem taxas cujos valores não foram divulgados. A recusa ao pagamento por parte de algumas delas já resultou no assassinato de nove motoristas, sendo três só neste mês de setembro.
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