O presidente do Conselho de Ministros do Peru, Gustavo Adrianzén, disse que a posição oficial do país agora é pedir uma recontagem dos votos na Venezuela| Foto: EFE/Paolo Aguilar
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O presidente do Conselho de Ministros do Peru, Gustavo Adrianzén, afirmou nesta quinta-feira (5) que o país não reconheceu o líder opositor Edmundo González Urrutia como presidente eleito da Venezuela, apesar de em 30 de julho o então ministro das Relações Exteriores peruano, Javier González-Olaechea, ter declarado que essa era a posição do governo.

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“[González] não pode ser o presidente eleito. Não temos nenhuma comunicação oficial do Estado peruano reconhecendo essa condição para o senhor González Urrutia. Pedimos uma recontagem porque entendemos, além disso, que ela deve estar dentro da estrutura do processo eleitoral, onde essas atas [de votação] devem ser revisadas”, disse Adrianzén à emissora de rádio RPP.

Em 30 de julho, González-Olaechea, que foi substituído na terça-feira passada (3), declarou que o Peru reconhecia González como presidente eleito da Venezuela após as eleições de 28 de julho, nas quais o chavista Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deu a vitória ao ditador Nicolás Maduro.

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“Essa posição é compartilhada por muitos países, governos e organizações internacionais”, disse ele na ocasião.

Quando perguntado sobre como o governo via Maduro, respondeu que “depois da fraude perpetrada” nas eleições presidenciais, o Peru o considerava “uma pessoa que quer se perpetuar no poder por meio de uma ditadura”.

Com relação à posição do Peru, Adrianzén disse que o Ministério das Relações Exteriores emitiu vários comunicados oficiais que “exigem que as atas sejam entregues” e que “é essencial que esses resultados sejam revisados”.

No entanto, evitou classificar a Venezuela como uma ditadura e disse que há um trabalho para restabelecer as relações diplomáticas com o país, que foram rompidas após as eleições.

González, candidato da maior coalizão de oposição da Venezuela, foi reconhecido como o vencedor da eleição presidencial de 28 de julho por Estados Unidos, Argentina, Uruguai, Equador, Panamá e Costa Rica, ao contrário do anúncio do CNE, que proclamou Maduro como presidente reeleito.

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