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Um polêmico aliado do presidente do Peru, Alejando Toledo, assume nesta sexta-feira o Ministério de Relações Exteriores, um dia depois de sua indicação levar o gabinete à renúncia coletiva. O governo mergulhou na crise quando o primeiro-ministro Carlos Ferrero pediu demissão, por ser contra a nomeação de Fernando Olivera, que não tem apoio nem do partido do governo. Outro a renunciar imediatamente foi o popular ministro da Habitação, Carlos Bruce. Horas depois, Toledo disse que havia pedido a renúncia de todos os seus ministros.

Fernando Olivera, ex-embaixador na Espanha, cuja carreira política é marcada por controvérsias, assume suas funções no início desta tarde, apesar do rechaço unânime da opinião pública. O novo chanceler receberá o cargo das mãos do ministro Manuel Rodríguez Cuadros.

O diário "La Republica" traz hoje a manchete: "Um dia para esquecer" e alerta, em editorial, que "o avanço de FO (Fernando Olivera) está garantido". O diário "El Commercio" fala da "pior crise de governo" no país e diz que "se não for correta e oportunamente enfrentada pelo presidente, (a crise) pode afetar seriamente a governabilidade do país".

"Terremoto ministerial" e "Papelão" são as manchetes dos diários "Correo" e "Peru 21", que trazem editoriais com fortes críticas contra o presidente Toledo por sua decisão de nomear Oliveira.

O popular apresentador de TV César Hildebrandt, do Canal 2, disse que esse foi o maior tropeço de Alejandro Toledo em toda sua gestão.

- Foi o pior erro colocar Olivera no cargo de chanceler, porque ele enfrenta resistências demais, dentro e fora do governo - concordou o sociólogo Santiago Pedraglio, que considera que Toledo "caiu na própria armadilha". - Em geral, toda mudança de gabinete é para recuperar a credibilidade, para dar expectativas à população, para superar o desgaste normal num país como o Peru, politicamente difícil, mas não se pode tirar de um governo o pouco oxigênio que lhe resta.

Pedraglio disse que a crise tende a afundar novamente a popularidade de Toledo - em atuais 18% - no último ano de seu governo. Nos momentos mais difíceis de seu mandato até agora, a aprovação de Toledo chegou a cair para 6%.

"Toledo apostou em Olivera e não previu que isso iria malograr suas relação com o gabinete, seu partido (Peru Possível) e a opinião pública", escreveu o analista Augusto Alvarez Rodrich, do jornal "Peru 21".

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