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Equipes do Ministério Público e da Polícia Nacional do Peru (PNP) inspecionaram neste sábado vários imóveis do partido Peru Livre, como parte de uma investigação de suposta lavagem de dinheiro do grupo marxista, com o qual o presidente Pedro Castillo ganhou as eleições.
Em decisão judicial, o Tribunal de Investigação Preparatória Nacional especializado em crimes de corrupção de funcionários públicos considerou o pedido do procurador bem fundamentado e ordenou as buscas, inspeções aos domicílios e a apreensão de bens em sete instalações ligadas ao Peru Livre.
Entre essas propriedades está a casa do líder e fundador do partido, o médico marxista Vladimir Cerrón, que cumpre atualmente uma pena suspensa de quatro anos (sem pena de prisão) por um crime de corrupção que cometeu quando era governador da região andina de Junín, entre 2011 e 2014.
A operação, conforme detalhado na resolução, procura "encontrar informações financeiras contábeis coerentes" do Peru Livre, no âmbito da investigação do caso denominado "A dinâmica do centro", que investiga o suposto financiamento ilegal do partido através de acusações feitas pela Direção Regional de Transportes de Junín, onde funcionários supostamente pediram propina aos solicitantes de carteira de habilitação.
De acordo com a tese do procurador Richard Rojas, Cerrón supostamente liderou esta rede de cobranças ilegais para financiar as campanhas eleitorais do partido e para pagar uma indenização pela atual condenação por corrupção, que o impediu de ser candidato presidencial.
Além de Cerrón, outros líderes do partido no poder também estão envolvidos nesta investigação, entre eles o primeiro-ministro, Guido Bellido, que foi supostamente um dos beneficiários deste dinheiro de origem ilícita na última campanha eleitoral, na qual foi eleito congressista da região andina de Cusco.
Bellido, um dos membros da esquerda mais ortodoxa do Peru Livre, também foi acusado de terrorismo e de apologia ao terrorismo por ter prestado homenagem em redes sociais a Edith Lagos, um dos rostos mais conhecidos das primeiras ações sangrentas do grupo guerrilheiro maoísta Sendero Luminoso, no início dos anos 80.