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Depois de uma série de protestos e manifestações que tiveram início em 9 de novembro – data em que o ex-presidente do Peru, Martín Vizcarra, deixou o cargo após decisão do Congresso peruano em destitui-lo por “incapacidade moral” – o presidente interino Manuel Merino decidiu renunciar ao cargo no início da tarde desde domingo (15), menos de uma semana após assumir a presidência.
Na noite de sábado (14), dois manifestantes foram mortos após confrontos em uma marcha realizada no centro de Lima, capital do país, onde apoiadores do ex-presidente protestavam contra sua saída. O Ministério da Saúde peruano divulgou que 63 pessoas foram hospitalizadas após os confrontos, com nove delas tendo ferimentos à bala.
Antes da renúncia, o presidente do Congresso peruano, Luis Valdez, havia solicitado publicamente a renúncia de Manuel Merino. Na manhã deste domingo (15), A Assembleia Nacional dos governos regionais do Peru publicou um comunicado exigindo a renúncia imediata de Merino, responsabilizando-o politicamente pelos atos de violência. Além disso, antes do comunicado formal da renúncia, 16 dos 18 ministros do governo haviam apresentado suas cartas de demissão.
“Renúncia é irrevogável”, afirma Merino em comunicado
Em mensagem transmitida do Palácio do Governo no início desta tarde (15), Merino declarou que sua renúncia é irrevogável e expressou condolências às famílias das vítimas que morreram durante os protestos. O agora ex-presidente também informou que os ministros que haviam apresentado sua carta de demissão irão permanecer em seus cargos para "não deixar um vácuo de poder".
Martin Vizcarra deixou formalmente o governo após o Congresso do país aprovar um impeachment do ex-presidente. Vizcarra foi denunciado sob a suspeita de receber propinas em 2014, quando exercia o cargo de governador. Desde então, as manifestações tiveram início e ganharam cada vez mais força. De acordo com a agência France Presse, pesquisas locais concluíram que 75% dos peruanos desejavam a permanência de Vizcarra como presidente do país.