Candidato consevador Javier Milei liderou as prévias da eleição argentina neste final de semana e vai concorrer em 22 de outubro.| Foto: Gala Abramovich/EFE
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A vitória do libertário Javier Milei nas primárias da Argentina provocou uma nova desvalorização, de 22%, do peso ante o dólar no câmbio oficial nesta segunda-feira (14).

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A taxa de câmbio oficial foi cotada a 350,05 pesos para venda no início do dia, segundo operadores do mercado, depois de ter fechado em 287,35 pesos na última sexta-feira (11).

A Argentina aplica fortes restrições ao mercado de câmbio, o que obriga o dólar oficial a cotar na metade do preço dos paralelos, razão pela qual o mercado esperava que o governo argentino cumprisse uma exigência do Fundo Monetário Internacional (FMI) e aplicasse um salto cambial na cotação oficial para diminuir essa lacuna.

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O Banco Central da Argentina também elevou a taxa de política monetária em 21 pontos percentuais, de modo que a taxa de juros nominal anual das Letras de Liquidez (Leliq) a 28 dias passou para 118% (ou 209% em termos anuais efetivos).

"A autoridade monetária considera conveniente reajustar o nível das taxas de juro dos instrumentos de regulação monetária, em linha com a recalibração do nível da taxa de câmbio oficial", destacou um comunicado do Banco Central.

A instituição explicou que o objetivo é “ancorar as expectativas cambiais e minimizar o grau de repasse aos preços, tender a retornos reais positivos dos investimentos em moeda local e favorecer o acúmulo de reservas internacionais”.

No mercado paralelo, o câmbio informal (conhecido como blue) saltou 75 pesos hoje nas primeiras operações e, depois de fechar a 605 na última sexta-feira, subiu para 680 pesos, enquanto os chamados "dólares financeiros", que são operados por meio de títulos, tiveram alta entre 7% e 12% chegando ao valor de até 645 pesos.

O surpreendente resultado que deu a vitória a Milei, que se propõe a dolarizar a economia, eliminar o Banco Central e cortar gastos públicos, trouxe forte pressão sobre o câmbio e os mercados de renda fixa e variável da Argentina neste início de semana.

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Embora o candidato - que obteve 30,04% dos votos (com 97,4% das urnas apuradas) - seja um candidato "pró-mercado", os investidores ficaram receosos com o resultado eleitoral, segundo reiteram os operadores de ações, acrescentando que a partir de hoje reina a incerteza.

A Liberdade Avança, legenda de Milei, foi a mais votada na prévia das eleições gerais de 22 de outubro, deixando a coalizão de oposição Juntos pela Mudança (centro-direita) na segunda colocação, com 28,27%, dentro da qual a vencedora foi a ex-ministra da Segurança Patrícia Bullrich, enquanto o partido governista União pela Pátria (peronista) terminou em terceiro lugar, com 27,27%, e será representado nos pleitos presidenciais pelo atual ministro da Economia, Sergio Massa. (Com informações da Agência EFE)

Infográficos Gazeta do Povo[Clique para ampliar]