Pesquisa: 30% dos israelenses são a favor de ataque terrestre em Gaza

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Apesar dos bombardeios israelenses contarem com grande respaldo da sociedade civil, chegando a 90% de apoio entre judeus, apenas 30% dos israelenses são a favor de um ataque terrestre em Gaza, de acordo com uma pesquisa do jornal progressista "Haaretz" divulgada nesta segunda-feira (19). Pelo menos 84% dos entrevistados apoiam a operação militar que começou na quarta-feira passada e já deixou 98 mortos (95 palestinos e 3 israelenses).

Mas a opinião dos israelenses mudou totalmente quando perguntados se acham que tanques devem entrar em Gaza - a possibilidade de uma ofensiva terrestre aumentou nas últimas horas, e soldados e blindados começaram a se dividir pelas fronteiras do território palestino. De acordo com a sondagem, apenas 30% deles estariam de acordo em apoiar um ataque terrestre à Gaza, provavelmente conscientes de que, parte do apoio internacional à ofensiva iria se esvair em poucas horas. Cerca de um milhão de israelenses vivem no sul do país, ameaçados pela chuva de projéteis palestinos que sai de Gaza.

Ainda segundo a pesquisa, os israelenses também dão um claro aceno de aprovação ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu, e ao ministro da Defesa, Ehud Barak, que ordenaram e lideram a operação. Ambos têm níveis de aprovação muito mais altos agora do que mostravam sondagens anteriores: 55% e 52%, respectivamente - um salto que chega a 20%.

A última vez que Netanyahu teve índices de aprovação tão altos foi há mais de um ano, após a libertação do cabo israelense Gilad Shalit do cativeiro do Hamas. Barak é outro que vem saindo vencedor da operação. Como líder de seu partido, Atzmaut, Barak tem pouco apoio, mas, como ministro da Defesa é aprovado pelo público: 42% dos entrevistados querem vê-lo novamente no cargo após as próximas eleições.

Israel convocou 75 mil reservistas, mas por enquanto só mobilizou a metade deles. O primeiro-ministro, Benjamín Netanyahu, disse no domingo que estava pronto para "ampliar a operação". Nesta segunda-feira, um alto comandante da Jihad Islâmica foi morto durante o ataque a um prédio na Faixa de Gaza que abriga escritórios da mídia, incluindo de veículos internacionais. Além da morte de Ramez Herb, um comandante da Jihad Islâmica responsável pelo disparo de foguetes, o ataque teria deixado três militantes do grupo feridos. Os quatro estariam no prédio onde funcionam os escritórios de várias redes de TV no momento do bombardeiro.