A rápida deterioração das nossas capacidades mentais em decorrência da idade começa bem antes do que se suspeitava, disseram pesquisadores suecos nesta quarta-feira (27).
Testes simples de velocidade de percepção, noção espacial e função verbal mostraram que algumas capacidades mentais começavam a se perder rapidamente cerca de 15 anos antes da morte, segundo Valgeir Thorvaldsson, um dos autores.
"Estudos anteriores demonstravam que o declínio acentuado começa cerca de cinco anos antes da morte", disse o psicólogo, ligado à Universidade de Gotemburgo. "O que podíamos ver nos nossos dados é que essas mudanças ocorrem muito antes do que se pensava."
Para a maioria das pessoas, o auge da forma mental se dá entre 35 e 40 anos, para então iniciar um constante declínio, que se acentua nos últimos anos de vida, segundo ele. A equipe sueca quis avaliar quando essa aceleração começa, para melhorar entender a perda da capacidade mental.
O estudo durou 30 anos, avaliando em intervalos regulares 288 homens e mulheres entre os 70 anos de idade e a morte.
A velocidade de percepção (ou seja, a rapidez em comparar figuras) se perdia aceleradamente nos 15 anos prévios à morte. A noção espacial se deteriorava nos últimos oito anos, e a fala declinava nos sete anos finais.
"Há uma aceleração substancial no declínio cognitivo muitos anos antes da morte entre indivíduos sem demência", escreveram Thorvaldsson e seus colegas na revista Neurology.
A falta de exercícios físicos e estímulos mentais na velhice e os problemas de saúde podem explicar esse declínio final, acrescentou o pesquisador em entrevista por telefone.
A identificação do "prazo de validade" mental pode ajudar na prevenção de problemas graves de saúde. "Uma mudança na capacidade verbal pode portanto ser considerada um marcador crítico para a degeneração da saúde em pessoas mais velhas", exemplificou Thorvaldsson.
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