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Jerusalém (Reuters) – O partido Likud, que dominou a política israelense durante grande parte das últimas três décadas e atualmente governa o país, deve ter o pior resultado da sua história nas eleições de março, segundo pesquisa divulgada ontem. O jornal Yedioth Ahronoth previu que a eleição de 28 de março será vencida pelo primeiro-ministro Ariel Sharon, que abandonou o direitista Likud na semana passada para criar um novo partido de centro, capaz, segundo ele, de encerrar o conflito com os palestinos. A exemplo de outras pesquisas recentes que apontam o declínio do Likud, o levantamento do Yedioth Ahronoth prevê que o Likud perderá três quartos de suas cadeiras no Parlamento. O Kadima, novo partido de Sharon, obteria a liderança com mais de 30 cadeiras, colocando-se na posição de formar uma nova coalizão de governo, segundo o jornal. Já o Partido Trabalhista, de centro-esquerda, agora sob o comando do sindicalista Amir Peretz, deve ficar em segundo, passando de 21 para 27 cadeiras no Parlamento.

Em uma aposta que provocou uma reviravolta na política israelense, Sharon anunciou na semana passada que deixaria o Likud porque não tinha condição de fazer a paz com os palestinos enquanto tivesse de "perder tempo" combatendo rivais direitistas do partido, que ele próprio ajudou a fundar, em 1973. O governo Sharon desocupou em setembro a Faixa de Gaza, apesar da oposição de uma ala do Likud. Mas o primeiro-ministro promete manter para Israel grande parte dos assentamentos da Cisjordânia, o que leva os palestinos a temerem pela viabilidade do seu futuro Estado. A pesquisa do Yedioth Ahronoth foi realizada antes da notícia de que o veterano estadista trabalhista Shimon Peres havia decidido abandonar o partido para apoiar Sharon. A pesquisa ouviu 500 eleitores e tem margem de erro de 4 pontos porcentuais.

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