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disputa acirrada

Pesquisa aponta empate no Peru

Ollanta Humala, o candidato dos intelectuais peruanos, fez comício em Cuzco na última quarta-feira, dia em que Keiko Fujimori, apoiada pelos empresários, se apresentou em Trujillo | Pilar Olivares e Mariana Bazo/Reuters
Ollanta Humala, o candidato dos intelectuais peruanos, fez comício em Cuzco na última quarta-feira, dia em que Keiko Fujimori, apoiada pelos empresários, se apresentou em Trujillo (Foto: Pilar Olivares e Mariana Bazo/Reuters)

Lima - A eleição presidencial peruana do domingo será a mais disputada da história do país, disseram on­­tem dirigentes dos cinco maiores institutos de pesquisa do Peru.

A direitista Keiko Fujimori e o esquerdista Ollanta Humala estão tecnicamente empatados: Keiko, filha do ex-presidente Alberto Fujimori, aparece com 51,1% na pesquisa da IpsosApoyo de on­­tem, e Humala tem 48,9% dos votos válidos. "Trata-se da eleição mais apertada e mais polarizada da história do Peru", disse Heber Joel Campos, professor da Pontifí­­cia Universi­­dade Católica do Peru.

O país está dividido entre as duas candidaturas. Os intelectuais peruanos estão se mobilizando contra Keiko, enquanto empresários atacam Humala.

Os meios de comunicação também estão em campanha aberta – o jornal La Republica, pelo candidato Humala, e o restante dos jornais e tevês, por Keiko.

A Confederação Nacional de Empresas Privadas, também pró-Keiko e seu modelo de livre mercado, está veiculando anúncios dizendo: "Não percamos o que o Peru já ganhou".

Um grupo de cem escritores, entre eles o Nobel Mario Vargas Llosa, divulgou na semana passada uma carta de repúdio à candidatura de Keiko.

"Eu deixei o Peru por causa do fujimorismo, que matava gente, subornava e censurava jornalistas", disse o escritor Santiago Roncagliolo, um dos autores da carta, que mora na Espanha. "O dinheiro está com Keiko, mas nós, que cuidamos da memória do país, não podemos deixar o autoritarismo voltar."

Engajamento

Para o professor Heber Joel Cam­­pos, esse engajamento tem pouquíssima influência sobre o gros­­so do eleitorado peruano, as clas­­ses média e baixa.

Já a guerra suja entre os candidatos, essa sim tem efeito – e tirou parte dos votos de Keiko. As acusações de que o governo Fuji­­mori teria empreendido um programa de esterilização em 300 mil mulheres pobres vêm afetando a votação dela.

Já Humala tem sido alvo de denúncias de que teria recebido subornos do narcotráfico quando combatia o grupo terrorista Sendero Luminoso, nos anos 90.

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