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Ciência

Pesquisa desenvolve soro para tratamento medicinal e estético

A Fundação Butantã está desenvolvendo uma versão nacional da Toxina Botulínica A - conhecido popularmente por botox. Segundo o presidente da fundação, Isaías Raw, o produto pode ser usado tanto em soro, na produção de vacina para tratar o botulismo, como para uso estético, em cosméticos. Segundo Raw, o Brasil gasta U$ 7 milhões por ano na importação da substância para uso dermatológico.

Ele afirmou que o produto pode ser usado tanto em soro, na produção de vacina para tratar o botulismo, como para uso estético, em cosméticos. Segundo Raw, o Brasil gasta U$ 7 milhões por ano na importação da substância para uso dermatológico.

O botulismo é uma forma de intoxicação alimentar, causada por uma toxina produzida pela bactéria Clostridium botulinum, presente no solo e em alimentos contaminados e mal conservados. A intoxicação se caracteriza por um comprometimento severo do sistema nervoso e, se não tratada a tempo, mata. A bactéria que produz a toxina aparece nas conservas. Geralmente os enlatados ou embalados a vácuo são os mais vulneráveis a contaminação, já que ela só se desenvolve em ambientes sem oxigênio.

Segundo o professor Raw, a toxina botulinica bloqueia músculos e tem vários usos médicos (desde enxaquecas e torcicolos, até pessoas com problemas no sistema nervoso que não conseguem andar). Este é o uso médico da toxina. Como a produção da toxina é grande, há interesse de se produzir para uso estético, como para eliminação de rugas, muito comum hoje no país. No Brasil é feito o soro e para fazer o soro é preciso fazer as toxinas.

O presidente da fundação disse que foi feito um acordo entre o Butantã e uma empresa privada para testar a toxina. Segundo ele, mais de 200 pessoas foram tratadas com a Toxina Botulinica A do Butantã, que funcionou muito bem. A empresa irá revender para uso dermatológico, que trará para o Brasil uma economia significativa, gerando empregos e desenvolvimento tecnológico. Para uso médico será fornecida pelo Butantã, via Ministério da Saúde, para a rede hospitalar brasileira a custo baixo. O professor Isaías disse que o produto deve chegar ao mercado rapidamente e a expectativa é de que até o fim do ano esses dois mercados sejam atendidos.

Para o presidente da Fundação, esta nova política de biotecnologia, assinada esta semana pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, permitirá suprir todo o mercado brasileiro e posteriormente "atacar o mercado de exportação, já que temos condições de produzir quantidades maiores". O custo do produto ainda não está determinado, mas sairá muito mais barato, tanto para o setor privado, quanto para o uso público.

Sobre os benefícios da biotecnologia para o país, o professor Isaías Raw disse que o Brasil tem feito milagres aumentando a produção de álcool e a produção de alimentos, mas que na área da saúde "primeiro temos que ter a competência tecnológica" e por outro lado "produtos a preço que o governo possa pagar", já que o ministério tem uma"verba finita". Segundo ele, o Brasil é um dos poucos países que vacina todas as crianças e todos os velhos. Para isso a vacina tem que ser boa, eficaz e barata. "Se você importa você não aprendeu a fazer, você não desenvolveu a tecnologia", disse o professor Raw.

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