Atualizado em 30/01/2007 às 10h18

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Uma humanóide de baixa estatura, batizada de 'hobbit'- em alusão aos personagens da obra de J.R. Tolkien, autor de 'O Senhor dos Anéis'-, que viveu há 18 mil anos numa remota ilha da Indonésia, pode ser considerada uma nova espécie, e não uma anomalia do homem moderno, indica um estudo publicado nessa segunda-feira.

Na mais nova etapa de um acalorado estudo científico, uma equipe de antropólogos da Universidade do Estado da Flórida (sudeste dos EUA), dirigida por Dean Falk, compararam o crânio de um 'hobbit' com os de nove pessoas que sofriam de microcefalia, uma rara doença na qual a cabeça é extremamente pequena para permitir o desenvolvimento normal do cérebro. E concluíram que a mulher, de aproximadamente um metro de altura, apresentava as características estruturais de um cérebro normal, ao contrário dos que apresentavam microcefalia, confirmando, assim, que pertencia à extinta espécie dos 'Homo floresiensis' - assim denominado devido ao fato de suas ossadas terem sido descobertas na ilha indonésia de Flores -, semelhante ao moderno Homo sapiens.

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-Em nada se assemelha à microcefalia. De fato, é antitético, afirmou Falk, durante coletiva à imprensa, rebatendo a opinião de cientistas como o primatologista Robert Martin, do Field Museum, de Chicago, que sugeriu que o crânio descoberto pertencia a uma pessoa com microcefalia.

Um estudo prévio de Falk foi criticado por comparar o 'hobbit', cujo cérebro mede um terço do tamanho do cérebro do homem moderno, com o crânio que apresentava microcefalia.

Martin, por sua vez, disse que o novo estudo é falho, questionando se a equipe de Falk conhece o suficiente sobre microcefalia. Também insistiu que a questão sobre espécies diferentes ainda está longe de ser resolvida.

O estudo foi publicado nos Anais da Nacional Academia de Ciência. Michal Morwood, integrante do grupo que descobriu as ossadas, é co-autor da pesquisa.

Pesquisas

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Em 2003, cientistas encontraram ossadas em uma caverna da Ilha de Flores, em Bali Oriental, e afirmaram tratar-se de uma desconhecida espécie que viveu na era do Homo sapiens, que se pensava ser a única espécie a habitar o mundo na época.

Esses humanóides - várias ossadas foram encontradas posteriormente - viveram em um isolado lugar povoado por estranhos animais, como elefantes pigmeus e grandes roedores. Neste ambiente de poucos recursos, forças evolutivas levaram alguns indivíduos desta espécie ao nanismo e outros ao gigantismo. Ferramentas e evidências de fogo foram encontradas próximo aos ossos da fêmea adulta.

A equipe de Falk comparou uma imagem tridimensional, gerada por computador, do crânio do 'hobbit' com outros nove que apresentavam microcefalia e dez de pessoas normais. Dois traços no lobo frontal e o cerebelo separam os dois grupos: a humanóide da Ilha de Flores se assemelha ao homem normal e não aos seres que apresentavam microcefalia. No entanto, indica o estudo, ela difere do homem moderno em outras quatro características, dintinguindo-a do Homo sapiens, o que aponta para uma espécie diferente.

Frank disse que a origem desta nova espécie é agora o 'X' da questão, acrescentando que a 'hobbit' pode descender dos Australopithecenes, uma espécie de macaco ancestral do homem, ou uma variedade anã dos extintos Homo erectus.