Seis pesquisadores vieram à Rússia acompanhar a realização dos seus experimentos na Estação Espacial Internacional (ISS). Dos seis, quatro ainda estão no Centro de Controle de Vôo russo, em Korolev, onde há pouco festejaram o trabalho concluído.

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Para eles, de acordo com a sub-coordenadora da Missão Centenário, Marta de Carvalho Humann, foram quatro meses de correria, noites em claro e muito aprendizado com os russos.

Marcelo Sampaio, pesquisador do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) concorda com Marta.

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- Aprendemos muito com eles. Começamos a aprender desde que fizeram os primeiros testes dos nossos experimentos, lá no Brasil, e nos últimos dias antes do vôo aprendemos muito mais.

Sampaio diz que está muito contente porque todos os procedimentos experimentais funcionaram como previsto.

- Não há possibilidade de algo ter saído errado - diz ele - Os procedimentos estavam programados para acusar o problema, se houvesse algum.

Marcos César Pontes está na nave Soyuz, que se desligou da ISS às 12h27m, horário de Moscou (17h27m no Brasil), e aos poucos afasta-se da Estação. Não iniciou ainda a mudança de rota para o mergulho final em direção à Terra.

Apenas afasta-se lentamente, perdendo um pouco de altitude. Só deve acionar os motores principais para descer quando estiver entre 15 e 20 quilômetros da Estação. Com ele vêem os cartões de memória nos quais estão gravados os resultados das experiências.

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Para Sampaio, apesar de tudo ter corrido bem até agora, ainda resta alguma expectativa. É que seu experimento envolve bactérias, que amanhã mesmo, não muito tempo depois de a Soyuz pousar, terão de ser aprontadas para análise.

O estudo de Sampaio, feito em parceria com Heitor Evangelista e Nasser Asad, da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), visa a estudar as defesas das bactérias contra a radiação.

Eles enviaram ao espaço quatro cepas (ou "raças") da bactéria Escherichia coli, que é um dos microorganismos mais comuns, entre os que normalmente se hospedam no organismo humano (e às vezes podem causar males, como as diarréias). Por isso mesmo a E. coli é bem conhecida, e muito útil na realização de pesquisas.