Uma delicada criatura alada que vivia perto de lagos no interior da China há 125 milhões de anos e cuja existência estava envolta em mistério até agora acaba de ser revelada ao mundo. Ela aparece em um estudo inédito, assinado por pesquisadores brasileiros e chineses que se aventuraram na região em busca daquele que é considerado um dos maiores tesouros da paleontologia: fósseis de pterossauros, os répteis voadores que poucos registros deixaram para a ciência.
A nova espécie de pterossauro descoberta pelo grupo sino-brasileiro foi chamada de Gegepterus changi ou princesa voadora Chang uma referência a uma das maiores paleontólogas chinesas, Ni Neng Chang, que intermediou a colaboração dos pesquisadores brasileiros com os chineses. Na verdade, não há como saber se o fóssil encontrado pertencia mesmo a uma fêmea. O nome foi escolhido como uma homenagem à cientista.
A apresentação da criatura também foi em grande estilo, em estudo publicado este mês na "Cretaceous Research", assinado por Xiaolin Wang, Alexander Kellner, Zhonghe Zhou e Diógenes de Almeida Campos os dois brasileiros são do Museu Nacional e os chineses, do Instituto de Paleontologia e Paleoantropologia de Vertebrados, em Pequim.
A princesa é considerada especialmente valiosa pelos pesquisadores em razão de algumas características raras apresentadas pelo fóssil, que podem ajudar a entender um pouco mais sobre os répteis que voavam. Ou complicar ainda mais a complexa equação que os cientistas tentam decifrar sobre a evolução dos animais.