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Milhares de contas falsas pró-China usaram dezenas de plataformas de mídias sociais para mobilizar manifestantes asiático-americanos nos Estados Unidos, de acordo com um relatório de pesquisadores de segurança cibernética dos EUA.
Uma rede coordenada de contas-robôs pró-China que opera em 30 plataformas de mídia social e ainda mais de 40 sites e fóruns fez postagens em pelo menos sete idiomas diferentes, numa tentativa de influenciar a política americana, apontou um relatório (8) publicado nesta quarta-feira pela empresa de segurança cibernética Mandiant Threat Intelligence, uma subsidiária da FireEye.
A rede promoveu algumas mensagens políticas pró-China, como a afirmação do governo chinês de que a Covid-19 se originou em Fort Detrick, Maryland, e links para estudos que mostrariam que o vírus estava presente nos EUA em dezembro de 2019.
“Essas contas postaram mensagens semelhantes e, em muitos casos, idênticas, e se engajaram no compartilhamento coordenado, assim como comentários e curtidas de texto, imagem e conteúdo de vídeo”, escreveram no relatório os pesquisadores da Mandiant, Ryan Serabian e Lee Foster,.
Os robôs também tentaram persuadir os asiático-americanos a se engajarem em protestos contra Guo Wengui, um bilionário chinês exilado e amigo próximo do ex-estrategista-chefe da Casa Branca Steve Bannon, bem como a virologista chinesa Dra. Li-Meng Yan, que disse que a Covid-19 se originou em um laboratório chinês.
A rede compartilhou imagens adulteradas de manifestantes asiático-americanos segurando cartazes com o rosto de Yan e alegou que "apoiadores" de Guo estavam atacando asiático-americanos.
“A tentativa de mobilizar fisicamente manifestantes nos EUA fornece um aviso prévio de que os responsáveis por isso podem estar começando a explorar meios mais diretos de influência e também pode ser um indicativo de uma intenção emergente de fomentar atividades no mundo real fora dos territórios da China ”, escreveram Serabian e Foster, acrescentando que não encontraram evidências de que as chamadas para a mobilização foram bem-sucedidas.
Os pesquisadores disseram que detectaram a rede de robôs pela primeira vez em junho de 2019, quando suas atividades eram limitadas ao Twitter, Facebook e YouTube. Eles disseram que a rede expandiu seu escopo e alcance e está tentando influenciar uma gama maior de questões.
“Os atores por trás desta campanha expandiram significativamente sua presença online e parecem estar tentando estabelecer uma presença em tantas plataformas quanto possível para alcançar vários públicos globais”, escreveram os pesquisadores.
Embora os pesquisadores não tenham vinculado explicitamente a ação de robôs ao governo chinês, contas falsas pró-China foram encontradas anteriormente amplificando as mensagens das autoridades chinesas em plataformas de mídia social.
Ailan Evans é jornalista da The Daily Caller News Foundation.