Duas pesquisas de intenção de voto no Peru indicaram que o candidato presidencial esquerdista Ollanta Humala deve obter um pouco menos de 30 por cento de votos, na eleição de domingo, e enfrentar a deputada Keiko Fujimori em um segundo turno, disseram nesta quinta-feira fontes com acesso às sondagens.
Ambos os candidatos são figuras polarizadoras e têm a maior taxa de desaprovação, de cerca de 50 por cento, mas a previsão é que cheguem ao segundo turno no Peru, país que vem obtendo uma das mais altas taxas de crescimento no mundo.
Uma maioria moderada está dividida entre três outros candidatos: o ex-presidente Alejandro Toledo, ex-primeiro-ministro Pedro Pablo Kuczynski e o ex-prefeito de Lima Luis Castañeda.
Embora Humala tenha procurado mudar sua imagem, se apresentando como um líder da esquerda mais branda, como o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, muitos eleitores o consideram um linha-dura com um viés autoritário que adquiriu enquanto era coronel do Exército.
Eles temem que ele possa fazer retroceder anos de reformas que tornaram o Peru um dos países de mais rápida expansão no mundo, mas deixaram para trás um terço da população vivendo na pobreza.
Críticos de Keiko, uma populista de direita, temem que ela vá mostrar pouco respeito pelos direitos humanos. Seu pai, o ex-presidente Alberto Fujimori, está preso por corrupção e violação de direitos humanos durante seu governo (1990-2000), quando ele esmagou insurgentes de esquerda e pôs fim à hiperinflação.
Fujimori também chegou a fechar o Congresso - medida que comprometeu a democracia no Peru.
"Seria verdadeiramente uma catástrofe para o Peru", declarou o escritor Mario Vargas Llosa, ganhador do Prêmio Nobel de Literatura, em entrevista à CNN sobre um possível segundo turno entre Keiko e Humala em 5 de junho.
Vargas Llosa disse que votará em Toledo, o arquiteto do acordo de livre comércio com os Estados Unidos, cuja candidatura chegou a estar à frente nas pesquisas, mas depois desabou. Toledo preveniu os eleitores que nenhum de seus rivais farão bem à democracia.
"A democracia poderá estar em risco", afirmou ele a partidários.
A pesquisa da Ipsos mostra Humala à frente com 28 por cento, seguido de Keiko, com 21,4 por cento, Toledo, com 18,2 por cento, e Kuczynski, com 18,4 por cento, segundo uma fonte.
Uma outra fonte confirmou o favoritismo de Keiko para enfrentar Humala no segundo turno.
Outra sondagem, do instituto CPI, aponta 29 por cento para Humala, 21,5 por cento para Keiko, 19,3 por cento para Kuczynski e 15 por cento para Toledo, segundo uma terceira fonte.