O premiê israelene Benjamin Netanyahu| Foto: ABIR SULTAN/EFE

Pesquisas de boca de urna divulgadas ontem indicam um empate entre o governista Likud, do atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, e oposição de centro-esquerda, representada pela União Sionista, nas eleições de Israel. Os levantamentos colocam os dois lados com 27 assentos cada um no Knesset, o parlamento israelense. O Canal 2, no entanto, diz que o Likud terá 28 cadeiras contra 27 da União Sionista.

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Apesar da incerteza, Netanyahu declarou vitória em sua conta no Twitter. “Contra todos os prognósticos, uma grande para o Likud”, escreveu o premiê. O empate e a possível vitória do partido de direita israelense surpreendem, pois as pesquisas divulgadas na semana passada indicavam a vitória da União Sionista, formada pelo Partido Trabalhista e pelo Hatnuah.

A Lista Compartilhada, de maioria árabe, terá um importante papel na formação do novo governo. As pesquisas indicam a aliança como terceira força, com 13 assentos no parlamento.

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O cargo de premiê não vai para quem tiver mais votos. O voto em Israel é proporcional, e não distrital: eleitores votam em partidos ou coalizões que apresentam listas fechadas. Cada aliança ou legenda fica com um número de cadeiras proporcional ao total de votos que obteve.

Um mínimo de 3,25% dos votos é necessário para que um partido ocupe uma cadeira. Após a votação, o presidente se reúne com os líderes, que apresentam suas sugestões para premier, e determina quem tem mais chances de formar um governo. O presidente então escolhe o líder desse partido, ou os líderes de duas legendas, e pede a criação de uma coalizão. Em seus 67 anos de História, Israel nunca elegeu um partido com a maioria das 120 cadeiras.

Governo nacional

Para o professor de Ciência Política Gerald Steinberg, da Universidade Bar Ilan, o mais provável é que Netanyahu e Yizthak Herzog, do Partido Trabalhista, formem um governo de união. “Não há uma mudança drástica na política israelense. Os religiosos votaram nos religiosos, os árabes nos árabes”, diz. “O crescimento final de Netanyahu aconteceu porque ele conseguir roubar cadeiras de outros partidos de direita, principalmente a Casa Judaica, através do medo que ele lançou em direção ao público”.

Nos últimos dias, Netanyahu disse que vai aumentar os assentamentos e que não permitirá a criação de um Estado palestino. “O que deve acontecer é que, daqui um mês, ele vai estender a mão para Herzog e dizer ao presidente Reuven Rivlin que essa é a vontade do povo. Então, devem formar um governo juntos, talvez com rodízio”, diz Steinberg.