Sarkozy encara 2º turno na França "com confiança"
O presidente Nicolas Sarkozy, que ficou atrás do candidato socialista François Hollande no primeiro turno da eleição presidencial, afirmou domingo que enfrentará o segundo turno, no dia 6 de maio, "com confiança", propondo três debates até lá.
Hollande afirma estar em melhor posição para ser presidente
O candidato socialista à Presidência francesa François Hollande, que ficou em primeiro lugar no primeiro turno da eleição neste domingo, considerou que está "em melhor posição para ser o próximo presidente da França".
O candidato socialista François Hollande, vencedor do primeiro turno da eleição presidencial francesa, derrotará no segundo turno (6 de maio) o atual presidente Nicolas Sarkozy com pelo menos 54% dos votos, segundo pesquisas divulgadas neste domingo pelos institutos Ipsos e Ifop.
"Os franceses me atenderam esta noite permitindo-me estar hoje em melhor posição para ser o próximo presidente da República", afirmou Hollande a seus partidários em Tulle (centro).
Considerado há meses vencedor no segundo turno, com 55% dos votos em média, François Hollande, 57 anos, está em posição de força para se tornar o primeiro presidente de esquerda desde François Mitterrand (1981-1995).
O presidente Nicolas Sarkozy, que ficou atrás do candidato socialista François Hollande no primeiro turno da eleição presidencial, afirmou domingo que enfrentará o segundo turno, no dia 6 de maio, "com confiança", propondo três debates até lá.
Estas pesquisas confirmam as previsões das sondagens realizadas antes do primeiro turno, realizado neste domingo.
Segundo a pesquisa do Ifop, 48% dos eleitores de Marine Le Pen, a candidata de extrema-direita que ficou em terceiro lugar no primeiro turno, votarão em Nicolas Sarkozy no segundo, 31% votarão em François Hollande e 21% se absterão ou votarão em branco.
Daqueles que votaram no candidato da esquerda radical, Jean-Luc Mélenchon, 83% no votarão no candidato socialista.
Os eleitores do centrista François Bayrou se dividiriam em três partes: 38% para Nicolas Sarkozy, 32% para François Hollande, 30% se absterão ou votarão em branco.
A crise na zona do euro esteve presente na campanha, através da explosão de déficits, da taxa de desemprego (mais de 10% da população economicamente ativa), da questão do protecionismo europeu e da justiça fiscal.
"Nunca deixei de votar mas, desta vez, sinto muito pouco entusiasmo. No plano econômico, há pouca diferença entre os dois candidatos", comentava em Paris uma eleitora de 62 anos, Isabelle Provost.
Foi neste contexto que François Hollande traçou sua estratégia metodicamente, sem levantar a multidão, mas destacando suas prioridades - o emprego dos jovens e o crescimento.
O ex-líder do Partido Socialista (1997-2008) conseguiu fazer esquecer sua falta de experiência no governo, transformando a eleição num referendo contra Sarkozy, mergulhado em recordes de impopularidade.
O comparecimento dos franceses às urnas ficou acima do esperado, num primeiro turno dominado pela crise econômica. A taxa de participação chegou a mais de 80%, segundo estimativas dos institutos de pesquisa, uma taxa muito elevada, apesar de menor que em 2007 (83,77%).
Essas cifras dissipam a preocupação com uma grande abstenção, expressada durante uma campanha que pouco apaixonou os franceses, que não viam no pleito soluções para suas dificuldades.