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A Justiça do Irã indiciou 315 pessoas pelo envolvimento nos protestos ocorridos após a morte de Mahsa Amini, que estava sob custódia da polícia, por ter sido detida devido a suposto “uso inadequado” do véu islâmico.
Contra quatro dos acusados formalmente, foi pedida pena de morte pelo Ministério Público local. O procurador de Teerã, Ali Salehi, anunciou as 315 acusações por “intenção de atuar contra a segurança do país”, “propaganda contra o sistema” e “perturbação da ordem pública”, segundo informou a agência de notícias Mizan, vinculada ao Poder Judiciário.
Quatro dos acusados foram indiciados por “inimizade contra Deus” e por usar “armas para aterrorizar a sociedade, ferir membros das forças de segurança, atear fogo e destruir propriedade pública e privada”, segundo detalhou Salehi.
Pelo menos 3 mil pessoas foram presas apenas na província de Teerã, sendo 500 delas estudantes, desde o início das manifestações. Todos os menores de idade foram libertados, segundo o parlamentar Alireza Beigi.
As autoridades do Irã, contudo, não divulgaram o número total de detidos, nem de mortos no país, mas a ONG Iran Human Rights, sediada na Noruega, estima que foram 215 vítimas.
O país persa é palco de onda de protestos desde 16 de setembro, quando ocorreu a morte de Amini, que havia sio detida três dias antes pela polícia dos costumes iraniana. Na prisão, ela teria sido torturada pelos agentes das forças de segurança, o que o governo do Irã nega.