Parece que finalmente chegou a comprovação científica: fazer-se de difícil é mesmo uma excelente estratégia na hora da paquera. É o que indica um estudo feito por psicólogos americanos, segundo o qual as pessoas mais seletivas - ou seja, as mais exigentes ao avaliar a atratividade de um parceiro - tendem a ser as mais desejadas.
O trabalho, liderado por Paul Eastwick e Eli Finkel, da Universidade Northwestern, em Chicago, estará na edição de abril da revista científica "Psychological Science". Os pesquisadores queriam investigar quais são as origens da atração romântica inicial entre duas pessoas, coisa difícil de testar em condições naturais.
Por sorte, o chamado "speed dating" (algo como "paquera em alta velocidade"), atividade tipicamente americana em que cada pessoa conhece vários pretendentes em rápida sucessão, veio em socorro dos pesquisadores.
Para obter dados, os psicólogos recrutaram 156 estudantes universitários e organizaram rodadas de "speed dating" que duravam quatro minutos. Nelas, cada participante conhecia entre nove e 13 indivíduos do sexo oposto. Depois, as cobaias respondiam questionários com perguntas do tipo "gostei bastante do meu parceiro" e "fiquei atraído sexualmente pelo meu parceiro".
Finalmente, ao chegar em casa, cada participante tinha acesso ao site da pesquisa, onde podia escolher se desejava voltar a ter contato com determinada pessoa (pessoas que diziam "sim" uma para a outra ganhavam essa chance).
O resultado de todo esse vaivém romântico: as pessoas mais seletivas quanto à atratividade dos parceiros foram também as mais desejadas pelos outros jogadores. O mais interessante, disse Eastwick ao G1, é que nem sempre essas pessoas eram também as mais bonitas do grupo - o que explicaria sem muita dificuldade o efeito.
"No entanto, quando levamos em conta a beleza física dos participantes, que foi avaliada de forma independente por assistentes de pesquisa, vemos que ela não é a única explicação", afirma o pesquisador. "Os efeitos que nós estamos relatando são, pelo menos parcialmente, causados por algo além da mera atratividade física, que as pessoas parecem ser capazes de 'pegar' no ar", diz Eastwick.E o que seria isso exatamente? Ainda se trata de um mistério, afirmam os pesquisadores. O que parece estar acontecendo é que, de alguma maneira, essas pessoas mais seletivas também são as que conseguem passar para alguns potenciais parceiros a sensação de que eles são "especiais" para elas.