A petição demandando a realização de um novo plebiscito sobre a permanência ou não do Reino Unido na União Europeia (UE) já obteve mais de três milhões de assinaturas. A iniciativa, porém, está sendo investigada, após denúncias de irregularidades. O parlamento britânico confirmou que monitora de perto o processo, e o Comitê que analisa petições já anulou 77 mil assinaturas, suspeitas de terem sido computadas de forma fraudulenta.
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Leia a matéria completaA petição só pode ser assinada por cidadãos britânicos e residentes do Reino Unido. Dados da campanha, no entanto, mostram assinaturas oriundas de vários países, inclusive Islândia, Ilhas Cayman e Tunísia. Além disso, em alguns casos, o número de assinaturas supera o da população. É o caso do Vaticano, cuja população é de apenas 800 habitantes, mas aparentemente 39 mil residentes da cidade-Estado assinaram o pedido. Helen Jones, presidente do Comitê de petições, afirmou que as assinaturas falsas serão eliminadas e acrescentou que essas fraudes “enfraquecem o processo de democracia parlamentar”.
O dado curioso é que William Oliver Healey, autor da petição para refazer o plebiscito, é partidário do Brexit. Ele fez o pedido em maio passado, temendo que a opção por sair da União Europeia fosse derrotada na consulta. Em sua página no Facebook, Healey admitiu ser o criador da petição, acrescentando que por causa do resultado do plebiscito, os que apoiam a opção pela permanência na UE “sequestraram” a petição.
Proposta
Segundo a proposta, qualquer plebiscito que não receba ao menos 60% dos votos com 75% de comparecimento às urnas deve ser refeito. O resultado foi de 52% pela saída, contra 48% por permanecer no bloco, com 72% de comparecimento. Especialistas indicam que a chance de a petição ir adiante é quase nula, por se referir a fato já passado.
A petição de Healey já é a mais assinada desde que esse tipo de mobilização on-line foi introduzido no Reino Unido, em 2011. Qualquer petição com mais de cem mil adesões obriga o Parlamento a debater suas propostas.
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