O general David Petraeus assumiu formalmente neste domingo o comando das 130 mil tropas da força internacional no Afeganistão, em meio ao aumento dos atentados e do crescente ceticismo com relação à guerra que já dura quase nove anos. Petraeus recebeu duas bandeiras, uma dos Estados Unidos e outra da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em uma cerimônia que marcou a posse oficial do cargo.
Ele disse que era importante demonstrar ao povo afegão e ao mundo que a Al-Qaeda e seus aliados extremistas não poderão novamente estabelecer santuários no Afeganistão, a partir dos quais poderiam lançar ataques contra os Estados Unidos e outros países. "Estamos nessa para ganhar", declarou o general a uma multidão de autoridades da Otan e do Afeganistão. "Chegamos em um momento crítico."
Petraeus sucede o general Stanley McChrystal, que foi afastado no mês passado por ter feito comentários polêmicos à revista Rolling Stone com relação às autoridades do governo do presidente norte-americano, Barack Obama. "Eu também quero reconhecer a enorme contribuição de meu antecessor, o general Stanley McChrystal", acrescentou o novo comandante. Ele afirmou que o progresso feito refletiu a "visão, energia e liderança" de McChrystal.
Segundo Petraeus, a substituição no comando não sinaliza uma mudança radical na estratégia de seu antecessor, de focar a missão militar na proteção do povo afegão. Ele salientou a importância de evitar baixas civis e disse que examinará as políticas civil e militar "para determinar onde podem ser necessários aprimoramentos."
Isso sugere que ele revisará as regras sob as quais os soldados da Otan atuam, incluindo as restrições de McChrystal com relação ao uso do poder aéreo e de armas pesadas, caso civis estejam em risco. Algumas tropas reclamaram que tais limitações colocam suas vidas em perigo e dão vantagem ao Taleban e seus aliados.