O general dos Estados Unidos David Petraeus, novo comandante da guerra no Afeganistão, comprometeu-se hoje a dar a suas forças o poder de fogo adequado para combater o Taleban, mas insistiu que a proteção aos civis segue sendo uma prioridade.
Petraeus esteve na sede da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan), em Bruxelas, para falar com os aliados sobre sua missão no Afeganistão, onde um confronto hoje deixou pelo menos 31 insurgentes do Taleban mortos na província de Helmand, no sul do país, informou a Otan.
O general admitiu que a tropa estava insatisfeita com as regras vigentes, que limitam ataques aéreos e o uso de artilharia e disparos mortais, para evitar mortes de civis. Ele negou, porém, que pretenda alterá-las.
Segundo Petraeus, houve uma redução de 50% nas mortes de civis nas últimas 12 semanas no Afeganistão, em comparação com igual período de 2009. As regras foram impostas pelo antecessor dele, general Stanley McChrystal, afastado pelo presidente dos EUA, Barack Obama, por fazer críticas sobre funcionários do governo a um repórter da revista Rolling Stone.
Petraeus visitou Bruxelas um dia após o Senado dos EUA confirmar unanimemente seu nome como novo comandante da guerra. Os congressistas esperam que Petraeus consiga repetir o sucesso atribuído a ele na guerra no Iraque no caso afegão.
O secretário-geral da Otan, Anders Fogh Rasmussen, disse que a aliança transatlântica apoia o general e a estratégia militar. "Houve uma troca de comando, mas não uma mudança de estratégia", afirmou.
Petraeus deve chegar a Cabul nos próximos dias. Em junho, mais de cem militares estrangeiros morreram no Afeganistão, no mais mortífero mês para essas tropas desde o início da guerra, no fim de 2001. A Otan atribui esse aumento em junho à presença dos militares em áreas onde o Taleban antes atuava sem ser importunado. As informações são da Dow Jones.