O comandante das forças dos Estados Unidos e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) no Afeganistão, David Petraeus admitiu, em entrevista levada ontem ao ar pela rede de televisão NBC, que o início da retirada dos militares norte-americanos do país, programada para julho de 2011, pode ser postergado. Segundo o general, os progressos no Afeganistão tiveram início há pouco e é necessário tempo para se enraizarem.

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Petraeus, considerado o responsável pela estratégia de sucesso no Iraque, assumiu a responsabilidade pelas operações militares dos Estados Unidos e da Otan no Afeganistão em julho. Ele descreveu como um "processo de sobe e desce" a tomada de territórios controlados pelo Taleban e a criação de "pequenos bolsões de progresso", que ele espera se espalhem pelo país.

O objetivo, disse ele ao programa "Meet the Press", é manter a Al-Qaeda e outros grupos extremistas afastados enquanto o governo afegão tem uma chance de tomar o controle e conquistar a confiança da população local. "Estamos aqui para que o Afeganistão não se torne novamente um santuário de extremistas estrangeiros como era quando a Al-Qaeda planejou os ataques de 11 de Setembro na região de Kandahar", afirmou, em entrevista gravada em Cabul, a capital afegã.

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Quando o entrevistador perguntou a ele se poderia dizer algo como "eu sei que o processo deve começar, mas minha avaliação como comandante aqui é que não pode começar agora", ele respondeu que sim. "Mais de uma vez eu e o presidente (norte-americano) Barack Obama conversamos no Salão Oval e ele expressou muito claramente que o que ele quer de mim é meu melhor aconselhamento profissional."

Petraeus e outros líderes militares advertiram sobre o aumento de baixas em combate à medida que mais tropas são enviadas para a guerra. Julho foi o mês mais mortífero para as forças norte-americanas, com a perda de 66 militares. No ano passado, Obama autorizou o envio de cem mil soldados para o Afeganistão.

O comandante dos EUA disse durante a entrevista que só recentemente a guerra recebeu os "insumos" ou recursos corretos: mais tropas afegãs e norte-americanas para tomar o território sob domínio do Taleban e mais civis para restaurar os serviços para a população. "Há uma preocupação compreensível e, em alguns casos, frustração", disse Petraeus. "Por essa razão, temos de fazer a coisa andar e mostrar, durante o transcorrer deste ano, que o progresso pode ser alcançado."