O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, alegou nesta terça-feira (25) que seu governo teria oferecido asilo “com prazer” ao líder oposicionista da Venezuela Juan Guaidó se ele tivesse pedido para entrar no país, mas que ele o fez “ilegalmente”, e por isso teve que partir na segunda-feira (24) à noite para os Estados Unidos.
Guaidó denunciou de manhã que foi retirado da Colômbia depois que a perseguição e as ameaças do governo de Nicolás Maduro “se estenderam” ao país vizinho, mas as autoridades colombianas alegam que o processo cumpriu todas as garantias.
“Se Guaidó simplesmente entrasse com seu passaporte e pedisse asilo, ele o teria recebido de bom grado. Ele não tem motivo para entrar no país ilegalmente”, afirmou o presidente colombiano.
“Mas, na ausência dessa solicitação, foi oferecida a ele uma permissão de trânsito, ele não foi deportado de volta para seu país e, com a permissão dos EUA, ele voou para lá”, acrescentou.
“O senhor Guaidó não foi expulso, é melhor que não apareçam mentiras na política. O senhor Guaidó tinha um acordo para viajar para os EUA. Nós o permitimos por razões humanitárias, apesar de sua entrada ilegal no país”, insistiu o presidente colombiano.
O ministro das Relações Exteriores da Colômbia, Álvaro Leyva, alegou, antes do início da Conferência Internacional sobre o processo político na Venezuela - que procura reavivar o diálogo entre o governo e a oposição deste país, e na qual Guaidó pretendia fazer contatos -, que a Colômbia “não fechou as portas para ninguém”.
“Este não é um país que expulsa”, afirmou Leyva, detalhando que “foi sabido pela boca de um alto funcionário dos EUA onde ele [Guaidó] estava”.
“Ele foi acompanhado por agentes dos EUA todo o tempo por causa do interesse dos EUA em que o ato de hoje fosse absolutamente transparente e, naturalmente, completamente bem-sucedido", disse o chanceler colombiano. Leyva também acusou o opositor venezuelano de querer “fazer barulho”.
Guaidó, que está proibido de deixar a Venezuela porque tem vários processos judiciais contra ele, disse na segunda-feira que chegou à Colômbia por uma das trilhas da fronteira, da mesma forma que outros venezuelanos fizeram antes dele, “a pé”.
Em Bogotá, Guaidó esperava se reunir com algumas delegações que participam da conferência internacional sobre seu país, convocada por Petro, e de uma manifestação dos venezuelanos que moram no exterior.
Cerca de 20 países foram convidados para essa reunião para tratar da situação venezuelana e tentar desbloquear o diálogo no México entre o governo de Nicolás Maduro e a oposição.