O presidente esquerdista da Colômbia, Gustavo Petro, em encontro com o ditador Nicolás Maduro, em Caracas| Foto: EFE/ Miguel Gutiérrez/Arquivo
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O governo da Colômbia, do esquerdista Gustavo Petro, reafirmou que manterá relações diplomáticas com a Venezuela, apesar de não endossar os resultados oficiais que consideram o ditador Nicolás Maduro o vencedor das eleições de 28 de julho do ano passado.

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"Devido ao estreito relacionamento econômico, comercial, social, cultural, humanitário e de segurança que afeta os cidadãos de ambos os países, a Colômbia decidiu responsavelmente manter relações bilaterais com a Venezuela, o que não significa um endosso dos resultados das eleições", declarou o ministro das Relações Exteriores, Luis Gilberto Murillo, em comunicado nesta quinta-feira (9).

O ministro justificou que "essas não foram eleições livres", pois o processo "não ofereceu garantias" e os resultados nunca foram publicados, conforme exigido pelo governo colombiano para reconhecer a vitória de Maduro.

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"Sem atas (de votação) públicas e transparentes, a Colômbia não reconhece os resultados eleitorais na Venezuela", enfatizou Murillo.

No entanto, o ministro das Relações Exteriores comentou que "a Colômbia promove uma diplomacia responsável e estratégica, com o objetivo de construir relações que sejam sustentáveis ao longo do tempo e que atendam aos interesses nacionais".

Por essa razão, o governo acredita que fechar a fronteira e romper relações com a Venezuela, como aconteceu no passado e como foi exigido por diferentes setores, "não tem utilidade".

"É fácil romper relações e fechar fronteiras. A coisa responsável a fazer é considerar o impacto de longo prazo sobre as pessoas e realmente buscar soluções para os problemas subjacentes", insistiu o governo Petro.

Murillo disse ainda que o regime venezuelano deve respeitar os direitos da oposição e expressou sua "profunda preocupação e rejeição às crescentes e graves alegações de violações dos direitos humanos".

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O presidente colombiano, Gustavo Petro, confirmou que não comparecerá à posse de Maduro nesta sexta-feira (10) e afirmou que as eleições não foram livres por vários motivos, razão pela qual seu país não pode reconhecê-las.

Apesar da falta de credibilidade à ditadura de Maduro, a Colômbia será representada na posse pelo embaixador em Caracas, Milton Rengifo, algo que também rendeu inúmeras críticas ao governo do esquerdista Petro, já que alguns consideram sua atitude ambígua por não reconhecer os resultados das eleições que deram a vitória a Maduro e, ao mesmo tempo, enviar um representante à posse.

Venezuela e Colômbia compartilham uma fronteira de 2.219 quilômetros com sete departamentos colombianos e quatro estados venezuelanos, onde residem cerca de 12 milhões de pessoas.

A ditadura de Nicolás Maduro ordenou nesta sexta o fechamento da fronteira entre a Venezuela e a Colômbia, horas antes da posse em Caracas.

A medida foi anunciada pelo governador do estado fronteiriço de Táchira, Freddy Bernal, que justificou a ação sob a alegação de uma suposta “conspiração internacional” dentro da Venezuela.

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O bloqueio temporário está previsto para permanecer em vigor até a próxima segunda-feira (13).