O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, justificou as reformas apresentadas ao Congresso como forma de garantir um estado de bem-estar social no país. A fala ocorre após a visita do FMI (Fundo Monetário Internacional) ao país para recomendar a manutenção de políticas contracionistas para controlar a inflação.
"As políticas macroeconômicas devem permanecer em uma posição contracionista, dando prioridade ao objetivo de reduzir de forma duradoura a inflação e os desequilíbrios externos e avançar prudentemente com reformas estruturais fundamentais", reforçou o FMI em relatório.
A Colômbia encerrou 2022 com uma inflação de 13,12%, a mais alta dos últimos 23 anos, e em janeiro de 2023 o Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu para 13,25%. Ao mesmo tempo a economia colombiana cresceu 8% no ano passado e a expectativa é que "a atividade econômica permanecerá elevada".
O governo apresentará três reformas ao Congresso: Pensões, Trabalho e Saúde - essa última a única encaminhada até o momento.
A Reforma da Saúde recebeu críticas pela tentativa de retirar poder das atuais Entidades Promotoras da Saúde (EPS) - empresas privadas responsáveis pela gestão dos recursos da saúde, além de questionamentos sobre a capacidade do Estado de gerir financeiramente esse sistema.
Petro aposta que a reforma irá permitir maior universalização da saúde na Colômbia, em especial ao permitir que a população mais pobre e de comunidades isoladas possam ter acesso a serviços básicos.
"O bem-estar social é construído se garantirmos direitos universais, não que uma parte da Colômbia possa comer e outra não possa, que só uma parte possa estudar, que uma parte possa ter terra e outra não possa, que uma parte possa ter saúde e outra não possa. O direito não é apenas para aqueles que podem pagar por ele, mas também para os que não podem pagar por ele", finalizou Petro.
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