A Petrobras vai ajudar a BP na contenção ao vazamento de óleo ocorrido na semana passada na parte norte-americana do Golfo do México, segundo informou nesta quarta-feira o diretor de Exploração e Produção da Petrobras, Guilherme Estrella
Ele disse que uma equipe da estatal já está nos Estados Unidos e que um outro grupo estaria seguindo para o Golfo do México para trabalhar na contenção do óleo.
Estrella destacou que homens da Força Aérea Brasileira estão à disposição das autoridades norte-americanas e da petroleira britânica BP.
"O setor petrolífero mundial está dando apoio geral e irrestrito da BP para o combate a situação lá. É uma questão de solidariedade e responsabilidade planetária", declarou Estrella a jornalistas após evento da Associação Comercial do Rio de Janeiro.
"A equipe conta com cerca de vinte pessoas incluindo especialistas em segurança e meio ambiente, tem gente da Marinha, Força Aérea, do Ministério do Meio Ambiente e gente nossa", acrescentou o executivo.
Estrella afirmou que a estatal aguarda um posicionamento formal do governo norte-americano sobre a exploração de petróleo em alto mar nos EUA, para então analisar a situação da Petrobras no Golfo do México
A empresa detêm dois campos na região, Cascade e Chinook, que devem iniciar a produção de óleo este ano. "A programação já estava adiantada para o início da produção lá", afirmou o diretor.
Na terça-feira, o presidente da estatal, José Sérgio Gabrielli, disse que apesar do acidente da BP o cronograma da operação da empresa está garantido e a plataforma Cascade-Chinook deve começar a operar na segunda metade de 2010.
O executivo frisou ainda que Gabrielli é favorável à criação de um monitoramento e de uma atuação global contra acidentes e vazamentos que reuniria todas as empresas de petroléo do mundo.
Mancha ameaça Flórida e Alabama
O comandante da Guarda Costeira e encarregado do combate ao vazamento, almirante Thad Allen, observou que o tempo melhorou na região e a mancha de petróleo aparentemente parou de avançar, mas advertiu a autoridades da Flórida e do Alabama que o litoral dos dois Estados corre o risco de ser atingido.
Enquanto isso, equipes de limpeza estavam se aproveitando da melhora do tempo nesta quarta-feira para queimar parte do óleo ainda na superfície, entre outras medidas adotadas com o objetivo de impedir que a mancha atinja diretamente a costa.
"De alguma forma está ocorrendo uma espécie de paralisia no momento", declarou Allen por telefone enquanto estava a bordo de um avião que sobrevoava o Golfo do México.
Ele afirmou ter pedido a cientistas da Agência de Pesquisa Oceânica e Atmosférica dos Estados Unidos que avaliassem se havia alguma corrente subaquática, talvez até mesmo a força da água vinda do Rio Mississippi, detendo o avanço da mancha.