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Exxon e Conoco deixam projetos na Venezuela

Caracas – As companhias norte-americanas ConocoPhillips e Exxon Mobil Corp estão negociando os termos de retirada de seus interesses nos projetos do cinturão de petróleo pesado do Orinoco, na Venezuela, informou o ministro de Energia do país, Rafael Ramirez.

Outras companhias de petróleo, segundo o ministro, concordaram em se tornar parceiras minoritárias nos projetos que antes eram as controladoras.

O ministro venezuelano observou que as negociações de compensação com essas grandes companhias, que concordaram em reduzir suas participações, vão ser concluídas em breve. Neste grupo estão a americana Chevron Corp, a norueguesa Statoil, a francesa Total e a britânica BP PLC.

Bolívia – A Petrobrás transferiu ontem para a Yacimientos Petrolíferos Fiscales Bolivianos (YPFB) a operação das refinarias de Santa Cruz e Cochabamba, assegurando que receberá, em 11 de agosto, em dinheiro, a segunda parcela do preço de US$ 112 bilhões acordado com o governo da Bolívia.

"Temos garantia bancária para o pagamento", declarou o diretor da área Internacional da Petrobrás, Nestor Cerveró. Segundo ele, a estatal brasileira manterá o foco em exploração e produção de gás no país vizinho.

"Perdemos os ativos nos quais tínhamos o menor investimento, que eram os de distribuição e refino", afirmou.

Cerveró reconheceu que a viabilidade econômica para investimentos em território boliviano piorou, mas não descartou a possibilidade de futuros projetos, embora tenha ressaltado que não há nada previsto para o curto prazo nos cinco campos de exploração e produção que a empresa mantém na Bolívia.

"As condições não são atrativas. O que não quer dizer que seja inviável. O que podemos afirmar é que não estamos com nenhum projeto de curto prazo para investir na Bolívia", disse o executivo.

O gerente-executivo da Petrobrás para o Cone Sul, Décio Oddone, afirmou que o seguro, fechado pela estatal brasileira para as duas refinarias dias antes da entrega das unidades, não representou nenhum custo para a companhia.

"Houve uma troca de controle acionário e todos os ativos e passivos das refinarias foram transferidos ao novo acionista. Fechamos o seguro porque uma transição sem isso agregaria mais risco para o negócio", justificou. "Nossa preocupação era fazer (a transferência) de maneira suave."

Os executivos da Petrobrás ressaltaram que, dos investimentos de cerca de US$ 1,5 bilhão feitos na Bolívia, apenas 10% foram destinados ao refino e à distribuição. As refinarias Guillermo Elder Bell e Gualberto Villaroel foram adquiridas em 1999, por US$ 102 milhões.

Comemoração

Durante o período em que permaneceram sob o controle da estatal brasileira, as duas refinarias registraram lucro de US$ 139 milhões. "Tivemos retorno adequado do capital investido", garantiu Oddone. Em 11 de junho, a Petrobrás recebeu a primeira parcela, de US$ 56 milhões, pela retomada das refinarias.

Na Bolívia, a retomada das refinarias foi comemorada. O presidente Evo Morales esteve em Cochabamba e em Santa Cruz. Em discurso, ele pediu aos parlamentares que alterem a Constituição do país, com objetivo de proibir para sempre as privatizações. "Que nunca mais voltem os 'vende-pátrias'. Que nunca nossas refinarias e recursos naturais sejam entregues às transnacionais", disse Evo.

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