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Diplomacia

Petrobras também foi espionada

A Refinaria da Petrobras em Araucária (Repar) | Hugo Harada/Gazeta do Povo
A Refinaria da Petrobras em Araucária (Repar) (Foto: Hugo Harada/Gazeta do Povo)

O programa Fantástico, da TV Globo, divulgou ontem longa reportagem revelando que a rede privada de computadores da brasileira Petrobrás vem sendo espionada pelo governo dos EUA. A informação vem uma semana depois de denúncia mostrando que a inteligência norte-americana vasculha a comunicação pessoal da presidente Dilma Rousseff.

Agora, documentos ultrassecretos entregues pelo ex-analista da Agência de Segurança Nacional Ame­ricana (NSA), Edward Snowden, ao jornalista Glenn Greenwald, do jornal The Guardian, comprovam que a busca de dados inclui a estatal brasileira, cujo faturamento anual é de mais de R$ 280 bilhões. O mesmo ocorre com entidades estratégicas como o Google e a diplomacia francesa.

A informação comprova que não apenas informações que poderiam ajudar a combater o terrorismo são interceptadas pela agência norte-americana, mas também dados econômicos e políticos.

A Petrobras é líder mundial em exploração em águas profundas. Informações secretas sobre suas pesquisas tecnológicas poderiam, por exemplo, favorecer competidores em leilões de lotes de exploração do pré-sal.

A NSA respondeu em nota ao Fantástico que "não usa sua capacidade de espionagem internacional para roubar informações comerciais de empresas estrangeiras e oferecer vantagens a companhias americanas". A Petrobras não comentou a reportagem.

Promessa

Conforme denúncia da semana passada, documentos secretos indicam que Dilma teve conversas telefônicas, e-mails e sua rede de comunicação interceptados pela NSA – revelação que gerou uma crise diplomática entre o Brasil e os Estados Unidos. Durante a última semana, o Brasil pediu explicações a representantes norte-americanos e a presidente Dilma Rousseff cancelou o envio de uma equipe aos EUA, que prepararia sua visita de outubro ao país. O cancelamento da visita da equipe, no entanto, não significa que a presidente desistiu de viajar ao país.

Além disso, durante reu­nião do G-20 em São Peters­burgo, na Rússia, Dilma afirmou que o Brasil quer saber "tudo o que há" sobre o país nos serviços de espionagem dos EUA. O presidente norte-americano, Barack Obama, após ter conversado com Dilma, afirmou que buscaria informações sobre as acusações contra a NSA e prometeu para quarta-feira uma posição oficial sobre o caso. Obama afirmou, ainda, que leva a sério as alegações de espionagem contra o Brasil e o México – outro país envolvido nos monitoramentos.

Dilma disse, na sexta-feira, que vai propor durante a Assembleia Geral das Nações Unidas, dia 24 de setembro, em Nova Iorque, "uma nova governança contra invasão de privacidade".

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