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Trabalhadores do setor petrolífero da Venezuela fizeram manifestação nesta quarta-feira para denunciar as sanções "imperialistas" dos Estados Unidos impostas ao país pelos laços com o Irã. A reação, contudo, não parece ser capaz de colocar em risco o gigantesco comércio de energia com os EUA.

Autoridades do governo do presidente Hugo Chávez criticaram as decisões contra a estatal do petróleo do país, PDVSA, anunciadas pelo governo dos EUA na terça-feira como punição pelo envio para o Irã de um componente para a mistura de petróleo avaliado em 50 milhões de dólares.

"O presidente Chávez já tinha dito isso: imperialistas, vão para o inferno. As suas sanções não significam nada para a gente", gritou o ministro do Petróleo, Rafael Ramírez, em um comício no complexo de petróleo Jose, de onde vários cargueiros deixam o país rumo aos EUA.

Milhares participaram de eventos semelhantes que aconteceram em várias partes da nação que é integrante da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP). Os trabalhadores deram sinais de apoiar o presidente e aguardaram para ver qual ação, se houver, será tomada em resposta.

"O comandante Chávez vai indicar qual é a resposta adequada ao imperialismo", disse Ramírez, cercado por trabalhadores usando camisetas vermelhas. "Estamos preparados para seguir o nosso comandante até as últimas consequências".

No twitter, Chávez condenou a "nova agressão gringa".

Ramírez comparou as sanções dos EUA com a pressão sobre o Irã por conta do seu programa nuclear e os ataque aéreos da Otan para derrubar Muammar Gaddafi, da Líbia.

Além da retórica, contudo, o pragmatismo deve ser a tônica nos dois lados, de acordo com analistas.

O governo do presidente Barack Obama queria mandar um sinal claro para a Venezuela, ao mesmo tempo em que evita mais movimentação no preço do petróleo ou um corte de fornecimento em um dos seus cinco maiores fornecedores.

Então, as sanções da terça-feira, ainda que mostrando desaprovar os laços de Chávez com Teerã, foram relativamente leves na prática. Elas proíbem contratos com a PDVSA -- mas, de maneira crucial, não com a sua subsidiária nos EUA CITGO - de contratos no país e de financiamento. As vendas de petróleo não serão afetadas.

"Isso foi só uma advertência", disse o analista Angel Garcia Banchs. "Na prática, a empresa não é afetada."

Do lado venezuelano, as medidas dão ao socialista Chávez uma oportunidade de repreender os Estados Unidos por tentar reprimir a nação de criar relações com quem quiser.

Isto já está se provando útil para Chávez, que busca melhorar a sua imagem às vésperas da campanha para reeleição em 2012 e pode ajudar o governo a distrair os eleitores de problemas domésticos, incluindo falhas em serviços de utilidade pública como energia.

Em um sinal de raiva generalizada contra a decisão dos EUA, o popular líder da oposição Henrique Capriles disse que discorda das sanções e que apoiava a PDVSA e os seus trabalhadores.

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