A petrolífera argentina YPF decidiu, nesta quarta-feira (8), cobrar um preço mais elevado para abastecer com diesel os veículos de placa estrangeira, em um momento de escassez do combustível.
Fontes da empresa confirmaram à Agência EFE que carros leves e veículos pesados de transporte com placa estrangeira só poderão abastecer com o Infinia Diesel - combustível de maior qualidade da YPF - a um preço por litro de 240 pesos (o equivalente a cerca de R$ 9,25).
A medida já começou a ser aplicada na província de Mendoza (na fronteira com o Chile) e na região litoral (na fronteira com Brasil, Uruguai e Paraguai).
Segundo dados da Federação Argentina de Entidades Empresariais de Transporte de Carga, 19 dos 24 distritos em que se divide o país sofrem com problemas de abastecimento de diesel, combustível amplamente utilizado em máquinas agrícolas, caminhões e ônibus de passageiros, entre outros.
O "mapa de abastecimento" elaborado pela entidade empresarial mostra que, com exceção das províncias produtoras de hidrocarbonetos do sul do país, os demais distritos têm dificuldades no acesso ao combustível.
A escassez de diesel começou a causar preocupação há dois meses, quando os produtores rurais informaram que não tinham combustível suficiente para colher suas lavouras e depois transportá-las para locais de armazenamento e portos de exportação.
Pouco tempo depois, a escassez agravou-se e alastrou-se pelas regiões do centro e do norte do país, gerando graves problemas no transporte de mercadorias e passageiros.
Os meses de colheita de grãos e de envio para o porto são tradicionalmente aqueles em que a demanda por diesel aumenta na Argentina, o que normalmente se reflete em uma alta das importações desse combustível neste período.
No entanto, desta vez, o país enfrenta um cenário de falta de divisas e preços internacionais de energia excepcionalmente altos.
Além disso, a demanda por diesel tem crescido nas áreas de fronteira por conta dos estrangeiros que encontram o combustível mais barato na Argentina do que nos países vizinhos.
Em meio à crescente demanda de agricultores, industriais e transportadores, o governo argentino prometeu na semana passada aumentar as importações de diesel para normalizar a oferta.