A Pfizer anunciou nesta terça-feira um acordo que permitirá que o seu novo medicamento contra Covid-19, que demonstrou ser promissor em testes clínicos, seja produzido e vendido por preços baixos em 95 países de baixa e média renda.
O acordo da farmacêutica com a iniciativa Unitaid, parceira da Organização Mundial da Saúde (OMS) em emergências sanitárias, para a produção de genéricos do novo tratamento com comprimidos contra a Covid-19, tem o objetivo de torná-lo mais acessível.
Segundo afirmou em entrevista coletiva o porta-voz da Unitaid, Hervé Verhoosel, o acordo "facilitará a produção e a distribuição do antiviral, mediante licenças a fabricantes de genéricos qualificados, com o objetivo de dar um maior acesso à população global".
Com o tratado, será possível produzir genéricos do medicamento experimental PF-07321332, que, em combinação com o fármaco ritonavir, em baixas doses, reduz em quase 90% o risco de morte por Covid-19 em pacientes com comorbidades, de acordo com a Pfizer.
O novo tratamento ainda está pendente de aprovação pelas autoridades reguladoras de diversos países, embora especialistas já confirmem que os resultados iniciais são considerados promissores.
De acordo com a Unitaid, a eventual aprovação em diferentes nações "levaria o novo medicamento, em combinação com o ritonavir, a 95 países, que representam 53% da população mundial".
A produção de genéricos aconteceria sem que a Pfizer receba por direitos de patente, enquanto a OMS mantiver a declaração da Covid-19 como uma emergência internacional de saúde.
Verhoosel destacou que o acordo "é um importante passo para garantir que as últimas ferramentas na luta contra a Covid-19 estejam disponíveis em países de renda média e baixa, ao mesmo tempo que nas economias mais desenvolvidas".
Medicamento oral
O novo medicamento antiviral da Pfizer, também chamado de Paxlovid, é voltado especialmente para uso de pessoas que integram grupos de risco e pode ter a administração iniciada assim que houver a notícia da exposição ao novo coronavírus ou em caso de sintomas iniciais.
Após o anúncio da Unitaid, a ONG Médicos Sem Fronteiras pediu, através de comunicado, que a Pfizer informe os preços do tratamento, já que, anteriormente, foi anunciado que seriam similares ao do desenvolvido pelas farmacêuticas Merck e Ridgeback (cerca de US$ 700 em países de alta renda).