O piloto russo que desertou em agosto do ano passado com o seu helicóptero de combate para se render ao Exército ucraniano, Maxim Kuzmínov, foi encontrado morto com marcas de tiros, em La Vila Joiosa, na província espanhola de Alicante. Fontes da Guarda Civil do país confirmaram sua identidade à imprensa.
O crime foi comunicado por um vizinho, que alertou a polícia sobre a presença de um corpo com ferimentos de bala no bairro onde vivem majoritariamente cidadãos russos e ucranianos na Espanha, segundo fontes da investigação. O militar recebeu cidadania ucraniana.
A deserção e fuga do soldado russo ficaram conhecidas em setembro do ano passado, quando o serviço de inteligência de Kiev (GUR) publicou algumas imagens nas quais o piloto, então com 28 anos, explicava como foi contactado pela Ucrânia, que lhe ofereceu transferência para o lado adversário em troca de dinheiro e proteção para sua família. No vídeo é possível ver Kuzminov pousando com seu helicóptero, um caça Mi-8, em uma base militar na região de Kharkiv, no leste da Ucrânia e na fronteira com a Rússia.
Na época, o governo ucraniano conseguiu retirar da Rússia a família do piloto e ofereceram-lhes novos documentos e uma indenização de US$ 500 mil de dólares.
Após a mobilização, a Rússia abriu um processo por “traição” contra Kuzminov. Ele estava na aeronave com outros dois tripulantes, que foram mortos enquanto tentavam fugir. Eles foram condecorados postumamente pelas autoridades russas.
Nesta terça-feira (20), o chefe do Serviço de Espionagem Estrangeira da Rússia, Sergei Narishkin, garantiu que Kuzminov era um “traidor”.
“Este traidor e criminoso tornou-se um cadáver moral no momento em que planejou o seu crime sujo e terrível”, declarou Narishkin, segundo a agência oficial russa RIA Novosti.