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Responsável pela derrota da esquerda no Chile depois de 20 anos no poder, o presidente eleito e oposicionista Miguel Sebastián Piñera, de centro-direita, disse nesta segunda-feira (18) que presidentes com elevada popularidade, como a chilena Michelle Bachelet, e Luiz Inácio Lula da Silva não transferem necessariamente votos para seus candidatos. Segundo Piñera, ele é o exemplo disso.

Para o presidente eleito, nada supera o desejo de mudança do eleitorado, nem mesmo índices de aprovação popular. É certo que a presidente Bachelet é muito popular e Lula também. Quando estive com o presidente Lula conversamos sobre isso. Não se pode confundir um presidente com elevada popularidade com a necessidade de mudança, disse.

No dominfo (17), Piñera venceu com 51,6% dos votos contra 48,3% dados ao candidato governista, o ex-presidente Eduardo Frei Ruiz, de centro-esquerda, apoiado por Bachelet. A eleição foi considerada a mais apertada da história chilena.

O presidente eleito escolheu um dos principais cartões postais da capital Santiago a Terraza Caupolicán del Cerro de Santa Lucía que é o marco de fundação da cidade - para sua primeira entrevista coletiva. Cuidadoso, Piñera evitou falar da política interna brasileira. Mas disse conhecer bem os candidatos de oposição que deverão disputar as eleições em outubro.

Conheço os dois candidatos da oposição no Brasil, especialmente Serra [governador de São Paulo, José Serra, do PSDB] e tenho respeito por ambos. Não quero interferir na política interna do Brasil, disse ele. Que eu saiba, a oposição no Brasil ainda não escolheu seu candidato. Mas a terá de tomar seu caminho.

Em dezembro, o comando nacional do DEM enviou um grupo de políticos a Santiago para acompanhar as eleições que eram lideradas por Piñera. O ex-prefeito do Rio Cesar Maia (DEM) é um dos políticos brasileiros mais ligados ao presidente eleito do Chile.

Ao ser questionado se era um típico político de direita, Piñera negou o rótulo e afirmou que Lula também não é um exemplo de presidente de esquerda. Lula poderia ser considerado um político de centro-esquerda. Mas na minha opinião ele é parte da democracia. Este conceito de direita e esquerda está perdendo força, disse.

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