Após sofrer um infarto, o ex-ditador chileno Augusto Pinochet recebeu neste domingo a extrema-unção num hospital de Santiago, disseram seu filho Marco Antônio Pinochet e o porta-voz da família, general Guillermo Garín.

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Os médicos submeteram o ex-ditador, de 91 anos, a uma cirurgia para a colocação de uma ponte de safena. O militar estava consciente e seu estado era estável, de acordo com o médico Juan Ignacio Vergara, que acompanha Pinochet. Segundo Marco Antonio. Ao fim da tarde, porém, foi anunciado que Pinochet precisaria de uma segunda cirurgia .

- Ele está em estado muito delicado... Nós estamos nas mãos de Deus e dos médicos - disse ele, do lado de fora do Hospital Militar de Santiago, onde seu pai está internado.

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A direção do hospital na capital chilena informou que Pinochet deu entrada às 2h (hora local), com um quadro de "infarto e edema pulmonar agudo", e que ele se encontra em "estado grave porém estável".

Além de Marco Antonio, também foram ao hospital seus filhos Jacqueline e Augusto. Sua mulher, Lucía, chegou com ele, mas deixou o local depois que a equipe médica estabilizou o paciente.

O ditador

Augusto Pinochet completou 91 anos no dia 25 de novembro. Na segunda-feira, o juiz Victor Montiglio o processou e determinou sua prisão domiciliar por sua suposta responsabilidade pelo seqüestro e homícidio de opositores a seu regime. O caso é conhecido como "Caravana da Morte", a comitiva que em 1973 executou 75 militantes políticos contrários ao ditador.

O ex-ditador marcou seu aniversário emitindo um comunicado em que assumiu a "responsabilidade política" pelos atos cometidos durante o golpe militar que o levou ao poder e assegurou que sua única motivação era "engrandecer o Chile e evitar a desintegração" do país.

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"Hoje e perto do final dos meus dias, quero manifestar que não guardo rancor de ninguém, que amo minha pátria acima de tudo", disse Pinochet na carta lida por sua mulher a cerca de cem partidários que se reuniram em frente à residência do ex-ditador.

Durante o governo de Pinochet, entre 1973 e 1990, cerca de três mil pessoas morreram ou desapareceram, enquanto outras 28 mil foram vítimas de tortura - incluindo a presidente chilena, Michelle Bachelet. O militar, que enfrenta mais de cinco processos contra ele, livrou-se algumas vezes de cumprir pena por crimes contra os direitos humanos e de enriquecimento ilícito, alegando razões de saúde e demência senil.