Washington - As relações entre o governo dos EUA e o gabinete israelense atingiram ontem seu patamar mais baixo desde a posse do democrata Barack Obama, em janeiro, e da volta do linha-dura Benjamin Netanyahu ao posto de premier, em março.
A Casa Branca obamista vem pedindo com vigor o congelamento da expansão dos assentamentos judaicos em territórios palestinos e a solução de dois Estados, Israel e Palestina, como condições básicas para que as negociações de paz sejam retomadas com um mínimo de chance de sucesso, ambos argumentos rejeitados pelo governo de Netanyahu.
Ontem, em entrevista conjunta após encontro com o presidente da Autoridade Nacional Palestina (ANP), Mahmoud Abbas, em Washington, Obama voltou a defender essas posições, explicitadas quando da visita do líder israelense, dez dias antes. O plano de paz, disse, prevê "o fim dos assentamentos e a garantia de que haja um Estado palestino viável.
No dia anterior, a secretária de Estado, Hillary Clinton, havia sido ainda mais direta, no que analistas consideraram a retórica mais dura entre os dois aliados em mais de duas décadas. O presidente foi "muito claro, afirmou a chanceler então, sobre o congelamento geral e irrestrito: "Não alguns assentamentos, não postos avançados, sem exceção para crescimento natural.
Há hoje quase 500 mil pessoas vivendo nesses encraves, considerados um obstáculo para o estabelecimento de um futuro Estado palestino. Netanyahu prometeu a remoção de 26 dos 121 assentamentos, localizados na Cisjordânia e em Jerusalém Oriental, mas afirmou que há que se respeitar a expansão natural dos já existentes.
"Israel vai respeitar seu compromisso de não construir novos assentamentos e destruir postos avançados, disse o porta-voz do governo israelense, Mark Regev. "Quanto aos já existentes, seu destino vai ser determinado nas negociações finais entre Israel e os palestinos. Neste ínterim, deve-se permitir que a vida normal siga nessas comunidades.
No encontro com Abbas, Obama disse que os palestinos também deveriam fazer sua parte, garantindo segurança na Cisjordânia e diminuindo o sentimento anti-israelense reinante em mesquitas e escolas.
Abbas concordou, porém, o líder palestino não tem comando sobre Gaza, há dois anos governada pelo grupo radical Hamas.
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