Os piratas somalis chegaram a um acordo ontem para liberar o navio ucraniano Faina, seqüestrado no dia 24 de setembro quando transportava um carregamento de armas. O valor do resgate poderá chegar a US$ 20 milhões, segundo Andrew Mwangura, diretor do Programa de Assistência Marítima (PAM), que tem sede no porto queniano de Mombaça.
Mwangura afirmou que ainda não se sabe quando ocorrerá a libertação do Faina, que transportava 33 carros de combate e outras armas quando foi seqüestrado. "A libertação poderá ocorrer dentro de dez ou 20 dias, quando todos os detalhes que dizem respeito ao pagamento do resgate forem decididos."
Segundo o diretor do PAM, o valor do resgate pode ter baixado nos últimos dias. O seqüestro do navio ucraniano e de seus 20 tripulantes, dos quais 17 eram ucranianos, dois russos e um letão, gerou grande polêmica devido às versões sobre o destino do armamento.
Enquanto o Quênia afirma que são para seu Exército, outros, entre eles o próprio Mwangura, disseram que se dirigia ao sul do Sudão. A possibilidade gerou um questionamento sobre o governo queniano, que atuou como mediador do acordo de paz em 2005, que colocou fim à guerra entre o governo de Cartum e os rebeldes do sul sudanês. "A recuperação do armamento é um tema crucial", disse Mwangura, que afirmou que, após a libertação do navio, a carga será encaminhada a Mombaça. Os piratas somalis ainda mantêm em seu poder 19 embarcações e negociam seus resgates.