Carter vê "racismo" em oposição
Washington - O ex-presidente americano Jimmy Carter denunciou em entrevista na tevê que grande parte da atual oposição ao presidente Barack Obama é motivada por racismo. "O racismo ainda existe e voltou a emergir porque muitos brancos, e não apenas no sul do país, acham que um afro-americano não está qualificado para liderar a nação", declarou Carter. "Grande parte da animosidade em relação ao presidente Obama se deve ao fato de ele ser negro."
Washington - O Comitê de Finanças do Senado norte-americano, liderado pelo senador democrata Max Baucus, de Montana, divulgou ontem sua proposta para a reforma de saúde nos Estados Unidos. O plano do comitê prevê a extensão da cobertura para 30 milhões de americanos, tem um custo de US$ 856 bilhões em dez anos (o menor em debate até agora) e inclui muitas das exigências que o presidente Barack Obama detalhou em seu discurso no Congresso.
A proposta do senador Baucus, afirma o jornal The New York Times, é resultado de mais de um ano de preparação e três meses de debate intenso entre democratas e republicanos.
"O custo da quebra do sistema sanitário dos EUA exigiu demais das famílias, das empresas e da economia durante muito tempo, diz Baucus, na introdução do projeto de lei que deve ser votado pelo comitê do Senado na próxima semana. O comitê formado por três democratas e três republicanos será o último dos cinco comitês do Senado a apresentar um projeto de lei para a reforma antes da votação nas câmaras.
Uma das principais vantagens, afirma o jornal, é seu baixo custo relativo. Algumas propostas em discussão chegam a prever custos de US$ 1 trilhão em dez anos, valor considerado excessivo pela opinião pública diante de uma economia enfraquecida pela crise.
O plano de Baucus estenderia ainda os benefícios da cobertura governamental para 30 milhões de americanos que não são contemplados pelos atuais programas federais Medicaid, para os pobres, e Medicare, para idosos e pessoas com deficiência.
Assim como defende Obama, o plano de Baucus inclui ainda o subsídio federal para as famílias e indivíduos que não têm renda suficiente para comprar um plano privado. A proposta de Baucus inclui ainda um limite de 13% do valor da renda para o custo com o plano de saúde para as famílias de classe média, que não se classificam para receber os subsídios do governo.
Em outro aspecto similar aos planos de Obama, a proposta do comitê, que seria efetivada a partir de 2013, exigiria que praticamente todos os americanos adquiram algum tipo de plano de saúde senão impõe multas de até US$ 3.800 por ano para as famílias.
A proposta, afirma ainda o jornal, criaria um novo sistema de mercado de plano de saúde, em que os consumidores poderiam comprar e comparar planos de saúde.
O plano de Baucus, contudo, não inclui a polêmica "opção pública, uma espécie de plano de saúde do governo que competiria diretamente com as empresas privadas. O senador opta por outra opção aventada pelos republicanos, a criação de cooperativas sem fins lucrativos que seriam gerenciadas pelos próprios segurados.
A proposta é vista como um meio termo entre a opção pública dos democratas e a rígida oposição republicana à intervenção do Estado no sistema.
A Casa Branca elogiou a proposta de Baucus.